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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

ATEU FRACASSADO

Eu, ateísticamente, blasfemando contra a data suprema do catolicismo: a Páscoa.

Eu, na minha infinita ignorância, sempre achei que tinha resposta pra tudo. Presunção e arrogância que, acredito, levarei para o caixão.

Já participei de quase todas as religiões [ ver CATÓLICO FRACASSADO, ISLAMISTA FRACASSADO , KARDECISTA FRACASSADO, UMBANDISTA FRACASSADO, BUDISTA FRACASSADO, JUDEU FRACASSADO, MAÇON FRASASSADO, ROSA CRUZ FRACASSADO, MÓRMOM FRACASSADO, SEICHO-NO-IÊ FRACASSADO, EVANGÉLICO NEO-PENTECOSTAL FRACASSADO ], e entusiasmado com um livro de Richard Dawkins ( “Deus Um Delírio”) comecei a ler textos anti-católicos a fim de me tornar um ateu. Tornei-me. De carteirinha. Enchendo o saco de todo mundo. Não aturava as crenças alheias Quando vinham falar de Deus, eu praguejava. Era ateu, e não agüentava mais aquilo de religião.

Minha avó é evangélica fervorosa; minha mãe seicho-no-iê; meu irmão kardecista. Meus amigos, todos, professando de uma fé. Só eu, ateu.

Intolerante, tornei-me um ateu militante, radical. Anti-religioso fanático, chegando ao ponto de freqüentar diariamente um site na internet que tratava do assunto. Nessa época eu considerava que a ciência poderia ser usada na produção de coisas ruins como a bomba atômica, mas por si mesma não levava a ações malignas, e argumentava que, entretanto, fazer coisas horríveis era uma parte lógica do processo de acreditar em Deus. Bradava furioso, aos quatro ventos, que os dezenove homens que perpetraram os ataques de 11 de setembro de 2001 talvez não fossem naturalmente malignos, mas eram profundamente religiosos. E eu dizia que esses terroristas achavam que o que estavam fazendo era correto segundo o que acreditavam, chegando a essa conclusão de uma forma lógica a partir de seus textos religiosos. Considerava que para um ateu, seria impossível realizar um ato similar a partir de uma racionalização lógica. Euo, nessa época, chegara a perder várias amizades para defender essa tese.

Até que, um dia, deixei de ser tão radical. Continuava ateu, mas tolerava a religião alheia. Explico o motivo dessa mudança: cheguei a essa conclusão da tolerância, do respeito, no dia em que, ao despedir-me, saindo da casa de minha avó, flagrei-me num “Bença, fica com Deus vó”. E vi que tinha sido sincera essa despedida. Não que eu quisesse que ela ficasse mesmo “com Deus”, mas que ela ficasse bem, e a maneira mais adequada que eu encontrara para dizer isso pra minha avózinha fora nessa frase “Bença, fica com Deus vó”.

Passei, então, a me considerar meio-ateu porque não acreditava em Deus, mas acreditava na fé dos que acreditavam. Respeitava aquilo que eles chamavam de fé, que eles tinham, mas que eu não tinha e nunca havia pensado na possibilidade de ter. Respeitava, mas cada um na sua né? Sem me encher o saco com fanatismo. E os meus parentes perceberam isso, porque eles passaram, também, a me respeitar, não me aporrinhando com essa chatice de religião.


O “Bença, fica com Deus vó” servira como uma espécie de epifania na minha vida. Passei a me dar melhor com as outras pessoas ( no bom sentido, é claro) e até comigo mesmo. Tornei-me muito mais paciente com as crenças alheias. Continuava “meio ateu” , disso eu tinha certeza. Continuava flertando as com teorias anti-religiosas de Nietzsche e permanecia participando de discussões acaloradas sobre o tema. Já que sempre fui darwiniano convicto.

Depois do “Bença, fica com Deus vó”, elaborei uma teoria que havia batizado de “ Não rogai Teu semântico nome em vão”. Escrevera até uma artigo defendendo a necessidade inescapável de ter que usar o nome de Deus para melhor expressão em algumas situações.


Esse artigo “ Não rogai Teu semântico nome em vão” começa dizendo:

“Regozija-se por alguém que inesperadamente consiga propiciar uma solução para a difícil situação: haveria como melhor expressar as circunstâncias mais relevantes da vida, se não proferindo o Santo nome?”

E, a seguir, relacionava várias frases:

“Quando desfalecia em mim a minha alma, da dor da solidão, sem nem um irmão ao ombro, só pude pensar: “ Sozinho e Deus” ;

“Filho pecaste? Não o faça mais. Deus está vendo.”;

“Então não dirias tu, com teus olhos rasos d`água, se acaso estiverdes a despedires do teu rebento de asas prontas para ganhar o mundo, apenas “Deus te ajude” ?”;

“E lhe responderia o filho pródigo, de coração apertado, afastando-se: “Deus te ouça”, pai.”.

Entre outras frases usando o Santo Nome, como: Deus à ventura, Levar Deus para si,Vá com Deus,Deus lhe pague,Ela se dá com Deus e o mundo, Deus queira que, Graças a Deus, Deus-me-livre, Deus nos acuda, Louvado seja Deus,Ao Deus-dará,Pelo amor de Deus,Ver a Deus pelos pés,Fiquem com Deus e Meu Deus do céu.

Modéstia à parte, ficou do caralho o tal artigo.

Mandei-o pruma porrada de revistas e jornais. Recusa total. Não consegui publicar o artigo até hoje [ ver ARTICULISTA FRACASSADO].


Mas, se Deus quiser, alguém há de publicá-lo





2 comentários:

o dr. A. Noel disse...

Amém!

A-LEX GOMES disse...

Que Deus me dê muita força e saúde para que eu possa provar que Ele não existe...