fracassos

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terça-feira, 22 de junho de 2010

PORTA-VOZ DE SINDICALISTAS FRACASSADO

Sou professor de escola pública, acho que já disse isso aqui.
Professor de Língua Portuguesa (*) do Estado do Rio de Janeiro. Tenho uma vida mocorongamente modesta. Sou um hermitão anti-social. Há anos não compro roupas novas. Não sou de sair na night. Não vejo televisão. Não leio jornais. Não me informo. Simplesmente dou as minhas aulas, volto pra casa e fico ouvindo meus velhos vinis, lendo relendo meus mofados livros e gibis e planejando aulas. Dia após dia. Minha rotina é essa.
(*) - Professor de Lígua Portuguesa Fracassado. Vide os meus erros crassos na escrita, aqui no blog.
Semana passada, me informaram que um dos meus alunos tinha sido o único da escola que havia ganhado um prêmio pelo seu desempenho numa prova de Português promovida pelo Estado do Rio. Garoto aplicado, concorreu com mais de noventa mil outros alunos e ganhou um notebook, dada a sua nota na tal avaliação.

Até aí, ótimo. Ele merecia.

O bizarro conto agora.

Como ele estudou exaustivamente comigo pra tal prova, me disseram que, sendo o professor dele, a minha participação na cerimônia de entrega do prêmio seria imprescindível.

Tentei relutar do convite, mas não tinha jeito. Disseram que eu tinha que ir.

Quando alguns professores souberam que eu iria, começou a correr o boato na cidade de que eu estaria na tal cerimônia tete-à-tete com a Secretária de Educação do Estado do Rio.

Porra! Que merda!

Uma manada de sindicalistas estava me esperando na porta da escola. Um povo sinistro, com bottons do PT encardidos, umas mulheres de cabelos desgrenhados (daquelas que não raspam o sovaco) com camisas do Che Guevara de buço e rostos idem e uns barbudos grosseiros com voz rouca. Me abordaram agressivamente:

-Soubemos que você, companheiro, vai estar perto da Secretaria de Educação. Uma mulher de dificílimo acesso. Anda cercada de seguranças. Você, companheiro, tem o compromisso de nos representar lá. Falar na cara dela sobre todo o nosso sofrimento, da nossa luta. Representar a categoria, companheiro. Vai ser o nosso porta-voz. A revolta do Proletariado.Marx!

Porra! Falou de Marx! Aí, começou a me agradar. Falei gritando pra eles;

-Pô companheiros! De Marx, eu manjo pra caralho. O cara é mestre. Tenho e li todos os livros do Grouxo e vi todos os filmes dos Marx Brothers. Tenho o box completo de dvd’s dos filmes deles!

Fizeram uma cara esquisita. Acho que não estávamos falando da mesma pessoa.

- O Capital, Socialismo! A Luta, Revolução! - um dos companheiros esgoelou no meu ouvido, me agarrando pelo colarinho.

Eu não tava entendendo porra nenhuma. Companheiro? Socialismo? Eu porta-voz daquela gente esquisita? Representar a categoria? Aquela gente não tinha categoria nenhuma. Umas mulheres-macho petistonas que, imagino, deviam ter o pau maior do que o meu. E eu não entendo nada dessas paradas de política, sou o maior alienadão. Sempre votei em branco.

Explico: em branco, quero dizer que não votei em ninguém ( pra que os afro-descendentetes sindicalistas não entendam errado... que fique bem claro! [ ops!] ).

Continuaram a gritaria na minha cabeça:

- Companheiro, a responsabilidade está nas tuas mãos. Pega o teu contra-cheque e esfrega na cara dela. Da desgraçada da Secretária de Educação. Mostra que você ganha míseros novecentos reais como educador. Como sustentar uma família com isso? Esfrega a nossa vergonha na cara dela! Assustada, quem sabe ela que tem contato, não repassa pro Homem, o Governador do Estado? Esse sim, inacessível. Novecentos reais! Veja você: um pós-graduado, prestou concurso e ganha essa mixaria!

Nem vuvuzela enchia tanto o saco quanto aquela gritaria na minha cabeça. Histeria. Comecei a ficar puto. Quando fiz concurso pro Estado vi que no Edital tava escrito a merda do tal “mísero salário”! Se eu quisesse ser bem sucedido, que prestasse outro concurso. Fiz esse porque era o mais fácil de passar. Se eu quisesse ganhar melhor, que ralasse mais, fizesse outra faculdade ( Direito,Física Nuclear, Relações Internacionais...) e prestasse algum concurso prum trampo que paga bem, pensei alto. Tão alto que perguntei, pra disfarçar, quem é que tava com a mão amarela.

Novecentos contos pra mim até que é o suficiente. Dá pra pagar o aluguel, comprar umas cervas, uns gibis e o resto ainda sobra pra alugar uns pornôs na locadora três vezes por semana. E outra: eu ganho novecentos pra trabalhar só 12 horas por semana, exatamente o que eu queria. Pago pelo ócio só pra ter o resto do tempo pra vagabundear sossegado: blogueando, escrevendo besteiras, batendo bronha.

[Pensando bem, novecentos paus por 12 horas, se fosse multiplicado por quatro, 48 horas, a carga horária semanal qualquer outro profissional, meu salário sairia por três paus e seiscentos! O salário de um engenheiro!].
Não tenho filhos, sou solteiro. Eles que têm uma porrada de filhos pra criar, que fossem lá tomar porrada de segurança. Mas não falei, é lógico, novamente só pensei. Eles estavam bem exaltados e se eu dissesse isso, entrava na porrada ali mesmo.

-Viva la revolucion! A luta é nossa!

-Já é! É nóis! – respondi meio assustado.

-Já sabe o que vai fazer, não é?

- Sei! Si,compañero! – respondi em espanhol também, com o punho cerrado, pra que eles saíssem fora logo.

E a horda de visigodos saiu uivando rua afora.

Na verdade, mesmo que fosse executar esse ato subversivo, de esfregar o contra-cheque na cara da tal Secretária, eu nem sabia como era a cara dela. Nem dela, nem do governador, nem do vice-governador. Um alienado e conformado professor de Português e ouvidor de blues & leitor de quadrinhos que eu sou:de casa pro trabalho, do trabalho pra casa. Só isso.
Tinham definitivamente escolhido a pessoa errada pro tal terrorismo sindical.

E fui. Chegando lá, a cerimônia correu às mil maravilhas. O meu aluno recebeu o prêmio. Fiquei feliz por ele e fui encher a cara de graça. Acepipes e birita à vontade. O garoto voltou com o irmão mais velho pra casa e tampei na birita. Até esqueci da tal Secretária.

Papo vai e vem. Gente pra lá e pra cá. Fotógrafos fotografando pessoas que eu nunca tinha visto e eu já torto de birinaite.

Sem mais nem menos, encontro um amigo meu, também professor e companheiro de copo. O cara já doidaço. Há tempos não nos víamos. Falou do meu blog. Que lia direto. Que acompanhava os meus fracassos. O cara começou a parar as pessoas que passavam e gritava:

- Esse cara é do caralho! Um verdadeiro merda. Assumido.

Eu já emanguaçado, enchia o peito de orgulho quando alguém dizia que acompanhava os meus textos deste nefando blog. Tiraram até foto da minha cara de merda.

- O autor do Autobiografia de um Merda. É esse aqui gente! – entre soluços de embriaguês, o professor cutucava a costela de todo mundo, apontando pra mim.
-O Merda é esse aqui gente!

De súbito, um cara de óculos segura no meu ombro e pergunta se eu sou o Merda Fracassado mesmo. Diante da orgulhosa e embriagada resposta positiva, ele dá um tapa nas minhas costas e se diz um fã do blog. Que o pai dele, escritor, tinha lhe apresentado o blog e que ele acompanhava sempre que podia.

Enchi o peito com fumaça de Derby: “Sou eu mesmo! O verdadeiro e legítimo Merda Fracassado!”

Entusiasmado, o gente boa pediu que eu contasse um dos meus fracassos. O seu preferido. O do Baile de Máscaras. Estômago cheio de birita e cabeça de asneiras, comecei a narrar em voz alta a minha porca miséria fracassada. Vi que uns fotógrafos disparavam seus flashes contra mim e o tal fã de óculos, que se apoiava em no meu ombro de tanto rir da desgraceira que eu ia contando. Eu não entendendo porra nenhuma. Mas bêbado, continuando. Flashes espocando. Me achei uma celebridade.

O simpático cara de óculos ao terminar de ouvir as histórias que havia pedido, me deu um abraço e se foi. Os fotógrafos foram juntos com ele. E todos foram atrás dele. Boiei na parada. Mas tava satisfeito. Tinha feito um amigo. Tava ali um admirador meu que era um verdadeiro boa-praça.
Peguei mais um copo de birita e me encostei no balcão, quando o meu amigo professor veio correndo na minha direção totalmente pálido. Sacou de uma máquina fotográfica e me mostrou várias fotos que tinha tirado de mim e do meu novo amigo, o gente fina. Me segurou com força no braço e me disse trêmulo quem era tal do meu fã.

Me passou as fotos hoje por e-mail.


Agora, eu todo pimpão contando, pela insistêcia do brother de óculos, o fatídico relato do MENTIROSO FRACASSADO
http://autobiografiadeummerda.blogspot.com/2009/03/mentiroso-fracassado.html


Meu amigo se escangalhando de rir quando eu contei a INFÂNCIA DO MERDA
http://autobiografiadeummerda.blogspot.com/2009/05/infancia-do-merda-o-futuro-fracassado.html
Aqui eu tava contando o fracasso do VENDEDOR DE CD PIRATA FRACASSADO
http://autobiografiadeummerda.blogspot.com/2009/10/vendedor-de-cd-pirata-fracassado.html


e do do MASCARADO FRACASSADO


http://autobiografiadeummerda.blogspot.com/2009/06/mascarado-fracassado.html




Nessa, o meu fã sangue-bom, pediu que tirássemos uma foto juntos e ainda brincou: bem-humorado que só ele: “Pôxa, se fosse numa polaróide eu já pedia o autógrafo do Merda Fracassado agora!” – todos rimos.

Se algum daqueles sindicalistas ver estas fotos, sou um cara morto.
####

Ps> Um abraço para o Sérgio Cabral, puta escritor. Tenho todos os teus magníficos livros: As Escolas de Samba - o que, quem, onde, como, quando e porque (1974), Pixinguinha, Vida e Obra (1977), ABC do Sérgio Cabral (1979), Tom Jobim (1987) No Tempo de Almirante (1991), No Tempo de Ari Barroso (1993), Elisete Cardoso, Vida e Obra (1994), As Escolas de Samba do Rio de Janeiro (1996), A Música Popular Brasileira na Era do Rádio (1996), Pixinguinha Vida e Obra (1997), Antonio Carlos Jobim - Uma biografia (1997), Livro do Centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama (1998), Mangueira - Nação Verde e Rosa (1998), Nara Leão - Uma biografia (1991) e Ataulfo Alves (2009) e li todos os teus textos no Pasquim.
Sérgio Cabral, sou seu fã. Pai do meu fã, o cara de óculos, Sérgio Cabral Filho, o Governador do Estado do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DIRETOR DE CURTA-METRAGEM EXISTENCIALISTA FRACASSADO


Fiz um curta-metragem. Filmei de um celular emprestado - desses modernosos que filmam - ( não tenho grana pra comprar um desses).Com uma câmera na cabeça-de-bagre uma idéia na mão fechada.

Fiz, fiz sim um curta-metragem.

Produção caseira. O custo do filme bateu, acredito, um record em investimentos: gastei exatos R$ 1,85 para produzí-lo. Só o preço da passagem.

Sem nenhuma auto-crítica, mandei o dvd com o filme para um amigo que é diretor profissional e crítico de cinema. Ele viu o meu curta e me mandou o seguinte e-mail:

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“Alexandre, vi o teu curta-metragem “Vida Passageira”. É genial! Você soube sintetizar toda a proposta existencialista em poucos minutos. Minutos esses que fiquei diante da tela vivendo o teu filme. Perdi ou ganhei tempo de vida vendo o teu filme?

Você investigou os espectros originários da alma, da consciência de se estar vivo transitoriamente à mercê do instante da morte a inexorabilidade da morte, as algemas do curso reto da existência, a impossibilidade da comunicação, sintetizados em intensa e visceral angústia, surpreendendo o uso da câmera como um bisturi para devassar angústia do tempo/espaço na vida. O curta-metragem forja desde cedo estarmos diante de uma estética distinta, que permite surpreendentes possibilidades. Uma maneira de fazer cinema toda construída sobre a autêntica impressão digital da psiquê. O próprio tempo passaria a servir de êmulo dessa visão, mergulhando-nos em marasmo e letargia, como símbolo de impotência perante ao destino, ao rumo ( Deus escreve certo por linhas tortas?) o que pode te valer aos olhos tradicionais o rótulo de cineasta de difícil compreensão.

Teu filme? Vi a minha vida passar diante dos meus olhos. O filme da minha ( nossa ) vida. Me vi vivendo nessa vida passageira ( ótimo título!). A linha reta (!?) do curso da vida como mero expectador da minha própria existência. Uma “vida passageira”, passivo diante do que os meus olhos (a janela da alma) vislumbraram: o sentido da vida.

Teu filme, Alexandre? Tá ali no teu filme. Tá ali naqueles poucos minutos. Eu vi que sou a minha própria existência, mas essa existência é absurda. Existir como um ser humano é inexplicável, e totalmente absurdo. Cada um de nós apenas está aqui, lançado nesse tempo e espaço –– mas por que agora? Por que aqui? O que é a morte? A morte é minha total não-existência. A morte é tão absurda como o nascimento –– não é o momento final e autêntico de minha vida, não é nada mais que o aniquilamento de minha existência como ser consciente. A morte é apenas outra testemunha do absurdo da existência humana.

Teu filme? Franz Kafka Karl Barth Andre Malraux Simone de Beauvoir Abraham H. Maslow Nikolai Berdyayev Friederich Nietzche Martin Buber Jose Ortega y Gasset Rudolf Bultmann Blaise Pascal Albert Camus Maurice Merleau-Ponty Fiodor Dostoievski Rainer Maria Rilke Martin Heidegger Jean Paul Sartre Karl Jaspers Paul Tillich Franz Kafka Miguel de Unamuno Soren Kierkegaard Eliezer Wiesel...

Teu filme? Vida Passageira: Vida, passagem, fim da linha, a inexorabilidade da morte.

Teu filme? Todos tem a consciência da morte e a de que essa morte ocorre apenas uma vez, isso leva o homem a viver um sentimento de "espera da morte". O fim, destino, curso e sentido da é a morte para os indivíduos. A morte é o termo final para nossos planos. Estamos na dependência da morte para tudo já que ela é imprevisível e invencível. Para ele as pessoas fogem para uma existência sem autenticidade para fugir da angústia da morte. Mas somente sofrendo essa angústia o homem será autêntico e atingirá a sua plenitude existencial.

Teu filme? Depois de vê-lo, eu passei a não acreditar que a morte é a passagem para outra vida. Para mim ela passou a ser uma porta fechada. Eu não digo que ela é um passo que todos nós devemos tomar, mas que é uma horrível e sórdida aventura rumo ao... ponto final.

Teu filme? Arte pura no seu estado bruto! Teu filme? Magnífico! Teu filme? Bravo! Teu filme?
Nosso filme:
“VIDA PASSAGEIRA”

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Na boa? Não entendi porra nenhuma do que ele escrveu, mas isso deve ser um elogio.

Entusiasmado por essa ininteligível crítica do meu amigo crítico, inscrevi o filme em uma porrada concursos do gênero. Por sugestão dele.

Todos rejeitaram.

Fracasso de aceitação. Quiçá de bilheteria...

Mas... O filme está no You Tube em dois links. A introdução e os créditos ficaram em um link e o próprio filme existencialista em si ( para si) ficou em outro. Isso porque eu sou uma toupeira e não soube fazer a porra da edição juntando a apresentação e o filme no Movie Maker ( um programa que até debilóide sabe manipular).

Para ver o “Vida Passageira”, basta ver o vídeo de apresentação. Depois, é só clicar no link que leva ao filme – logo abaixo do vídeo na caixinha de texto no vídeo.

Boa viagem.

http://www.youtube.com/watch?v=mPpxQoIay3Q

quarta-feira, 16 de junho de 2010

DONO DE FRANQUIA FRACASSADO II

Já contei aqui, no dia 2 de janeiro de 2009, sobre a minha incursão fracassada pelo universo do empreendedorismo.

Esse lance do bar ocorreu em 2000. Há dez anos.

(Re)Leia:

http://autobiografiadeummerda.blogspot.com/2009/01/dono-de-franquia-fracassado.html

Semana passada,um amigo meu que é advogado, leu a postagem e, num súbito, sem saber, redesencadeou minha gana megalomaníaca de sucesso.

Explico.

Ao reler essa postagem (acima), ele me mandou um e-mail perguntando se eu pretendia reabrir o HARD ROÇA CACHAÇA que, segundo ele, era uma “idéia magnífica”.

Eu respondi que isso era assunto morto. Que tinha ficado traumatizado com a fracassada experiência, como ele bem tinha lido na postagem.

Necas de pitibiriba. Zefini!

Aí que veio a sugestão do doutor:

“Já que você não quer reabrir o bar,por que não contrata um arquiteto-designer e desenvolve um projeto apresentando somente a venda da IDEIA da franquia?”

Como assim? – perguntei já semi-arrepiado.

Me deu as instruções, pelo e-mail:

“Você não registrou a ideia no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial)? Então, brother! A idéia é sua! Faz um projeto bacana e vende só a idéia. Sacou? A idéia da franquia. Já que você é um fracassado como administrador, vende a franquia pra alguém que queira comprar a idéia. Franquia tá na moda! Cacau Show, Boticário, Mr. Cat, etc.. Tudo franquia. E tem uma porrada de empresários cheios da grana e competentes, ávidos por boas ideias, que se interessariam, com certeza, em comprar essa tua do bar-paródia. E quem comprá-la vai espalhar o bar pelo Brasil inteiro! E você pode vender por uma fortuna! Vai na minha, você vai ganhar a maior grana! ”

Fiquei doido. Renasceu a nóia do sucesso. Eu ricão, só por ter tido uma idéia besta de parodiar a famosíssima franquia mundial HARD ROCK CAFÉ.

Putamerda! Dez anos depois, eu aqui raspando o cu com a unha, em pleno 2010, acabar colhendo frutos e ficando rico com uma das centenas de idéias fracassadas que tive.

Berrava como um demente em casa : Rico! Vou ficar rico! Milionário!

Entusiasmadão, antes de contratar o tal arquiteto pra fazer o projeto virtual do bar, dei um pulo no INPI pra dar uma verificada no registro do bar no meu nome.

Ao ir lá, me informaram que os advogados do escritório nacional do HARD ROCK CAFÉ entraram há cinco anos atrás, em 2005, com o pedido de indeferimento do meu registro, alegando “ferir a imagem e o logotipo da empresa”, já que havia ali um “reapropriação da logomarca”.

Porra! É claro. A intenção era justamente essa. Parodiar numa versão jeca/tosca/tupiniquim o modernoso/clean e mundialmente famoso bar.

Corri pra esse amigo advogado, o que me sugeriu a idéia, e, desesperado, pedi orientação. Liga pra lá, liga pra cá, e ele me dá a notícia estarrecedora: seria uma causa ganha, já que o próprio INPI registrou o bar no meu nome, mas como eu não tinha sido informado (*) em tempo hábil para que eu contratasse advogados, passados cinco anos, como não me manifestei contra os que estavam contra mim, o INPI acatou o pedido de indeferimento do meu registro.
(*) Como mudei de casa mais de oito vezes nesses últimos dez anos, deve ter chegado alguma carta do INPI, que não recebi, em algum endereço antigo e algum energúmeno não tentou me procurar pra entregar a importantíssima carta.

“COMO ASSIM, PORRA!?” – esgoelei em lágrimas.

“A casa caiu! É uma pena. Você poderia ganhar uma puta grana. Tinha tudo pra ficar rico, mas deu azar. Fracassou de novo. Você perdeu!”

Perdi.

Fracassei.
O preibói que ganhou dessa vez.

Que merda!
Voltei pra realidade. Saí da alucinação megalomaníaca. Caí da cama de cabeça no chão e o sonho de ficar milionário como dono de franquia acabou definitivamente.