fracassos

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ROTEIRISTA DO ZORRA TOTAL FRACASSADO


Acho o programa de humor Zorra Total do caralho! Isso não que dizer que eu ache graça. Na verdade nunca ri, em momento nenhum, de nenhuma gag ou bordão dos personagens.
Não gosto de ver ( Na verdade eu não acho graça em nenhum desses programas de humor da TV, exceto o Canal do Boi que eu curto pra caralho!) , mas não quer dizer que eu não possa achar do caralho.

O que eu acho foda?

O Zorra era para ser apenas um freio do humorístico "Ó Coitado" do SBT, que em 1999 alcançou altos índices de audiência. Mas, aos poucos ganhou uma cara popular e, nos passos do "Planeta dos Homens" (1976-1982) e do "Balança Mas Não Cai" (1968), consegue dominar, há dez anos, os sábados à noite na Globo.

O formato de esquetes, herdado dos velhos programas de rádio, pode ser antigo,mas continua atraente já que o programa que está entre os 10 mais vistos da Globo e chega a marcar 27 pontos de média. É um humor simples. Direcionado para um público específico. Não- intelectualóide.

E, principalmente, não custa repetir, ATINGE AUDIÊNCIA!

Atingindo audiência, dá grana.

Falou em grana, eu tô na parada, ou tento estar.

Como fracassado, jogo nas onze. Não me privo de tentar sucesso mandando sugestões pra tudo quanto é programa. Desde programas “cabeça” como o do Abujamra, até o “A Praça é nossa”.
Atiro pra tudo quanto é lado.

Cego nesse tiroteio desesperado de idéias confusas que saem da minha mente megalomaniacamente perturbada, mandei um e-mail para o veterano diretor Maurício Sherman contendo a sugestão de um quadro para o “Zorra Total”.

Não sem antes, idiotamente, registrá-la na Biblioteca Nacional. Gastando grana ( Se eu guardasse cada centavo das milhares de coisas que eu registrei lá nos últimos vinte anos, eu tinha poupado uma fortuna!) Tô virando sócio daquela porra. Toda semana eu tô lá com uma idéia nova. A mocinha do atendimento já até me conhece. Agora passou a perguntar irônica: “ Qual é a idéia “genial” dessa vez? Canção? Livro? Propaganda de papel-higiênico? (...) "

Voltando ao assunto, essa idéia do Zorra, eu registrei e mandei.

Mas, é lógico, o quadro não foi aceito.
Achei que dessa vez eu ia sair da merda e virar um ricão roteirista de tv, daqueles estilosos, tipo Miguel Paiva, com brinquinho de ouro na orelha esquerda e casado com atriz maravilhosa.

O e-mail voltou. Com resposta. Um simples “NÃO!”

Não entendi direito o não. Não o que? Não é o formato adequado para o programa? Não há mais espaço para roteiristas? Não nos encha mais o saco? Não perdi nem meu tempo lendo essa merda?

Mas, não é não. Só isso.

O recusado quadro que enviei pro Zorra:

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Date: Fri, 2o Jan 2010 17:11:42 -0200
Subject: Quadro Pro Zorra Total
From: alexandrecoimbragomes@hotmail.com
Sr. Sherman, segue a proposta para um quadro no programa Zorra Total.
Desde já, agradeço a atenção.
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Personagem : “Jeca, O estrupador”.

Situação: Personagem com chapéu de palha e uma capa comprida preta, tipo daqueles tarados de filme, só que quadriculada, que para mulheres num beco escuro e, interrompendo a passagem da singela dama, sugere que a violentará sexualmente abrindo a capa. Nu [ a câmera mostra somente o ar de espanto da mocinha e o “Jeca” de costas abrindo ameaçadoramente a capa] berra pra moça:

[ Sempre uma estudante boazuda, sainha curtíssima, de óculos, com cara de intelectual]

- Aê! Ieu sou u istrupadô das redondeza. Si perpara qui eu ti istrupá todinha!”

A moça muda radicalmente de feição. De assustada, começa a rir na cara do Jeca.

- Qui qui foi disgramada? Num tá vendu qui eu sou danadu di taradu i vô é ti istrupá?”

Ela toma a rédea da conversa e, rindo, corrige o Jeca:

- É estuprar! Repete comigo; “es-tu-prar”
.
-Istrupá!

Ela ri mais ainda.

[Sr. Sherman, a cada programa, bastará que mude o diálogo “linguagem não padrão/linguagem padrão” entre a boazuda da vez e o Jeca. Sempre com a boazuda tentando, aos risos, dar uma nova aula de Português para o Jeca ]

A boazuda ri mais ainda e sai de cena gargalhando e dizendo “Seu Jeca analfabeto!”

Ridicularizado, o Jeca fica sozinho no beco escuro. Olha pra câmera e diz o bordão :

“Não intindi... Quar foi o pobrema?”

{ O Jeca, coitado, nunca consegue obter êxito nas investidas }

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A resposta:
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Date: Fri, 21 Jan 2010 19:08:43 -0275
Subject: RE: Quadro Pro Zorra Total
Não!
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Porra! Ainda acho que daria um bom quadro pro Zorra Total...


(Três estudantes morrendo de rir do Jeca, O Estrupador)

sábado, 23 de janeiro de 2010

HOR CONCOURS FRACASSADO




Ainda estou escolhendo o vencedor do concurso, tá difícil pra caralho, mas relendo alguns que eu havia descartado pelo tamanho do texto, descobri um texto com um fracasso “gigantesco”, digno de um Merda profissional.

Mas como as regras devem ser mantidas, este relato não vai participar do concurso, mas vale a pena reproduzí-lo.

Vai como hor concours.

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De: Julio Serla (jserla_serla@gmail.com)
Enviada: quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 19:55:08
Para: Alexandre Coimbra Gomes (alexandrecoimbragomes@hotmail.com)
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Piru de natal
Senhor Fracassado, meu nome é Júlio ( fictício, é claro) tenho 28 anos, moro e trabalho em um escritório de contabilidade dentro de uma grande empresa em Macaé, região norte do Rio de Janeiro.

Meu fracasso aconteceu no dia 23 de dezembro 2009. Na festa de confraternização dos funcionários do escritório.

Pra começar, tenho o pênis pequeno. Muito pequeno. O que sempre me fez ser sacaneado pelos amigos na escola na hora do banho no vestiário ( meu apelido era pirú de anjo). Fiquei traumatizado. Esse problema sempre me dificultou relacionar com as mulheres, por medo de que elas não se satisfizessem sexualmente comigo.Só tive uma namorada, que me traiu. Só saio com prostitutas e pago para que elas digam que meu pênis é muito grande. Cobram caro, o preço é do tamanho da mentira.

Pra se ter uma idéia,como sempre tive vergonha de usar sunga, certa vez cheguei a
colocar uma banana nanica descascada dentro da sunga pra impressionar as mulheres na praia.
Sungão volumoso,cheguei na praia todo pompa estiquei a toalha na areia e deitei. Acabei dormindo. Quando acordei, sol a pino, percebi que todas as mulheres que passavam olhavam para o meio das minhas pernas. “Tão babando com o meu volumão”, pensei eu. De repente senti umas fisgadas nos testículos. Quando olhei pra baixo vi que a banana tinha ficado meio assada com o calor e um monte de formigas entravam pela minha virilha adentro. Percebi que todos estavam rindo do meu aparvalhamento correndo pra dentro d'água. Tirei a banana, me lavei e voltei pra praia. Quando as mulheres olharam novamente pra minha sunga sem o bananão, riram mais ainda.

Essa é a minha vida.

Mas vamos ao fracasso em si.

A Cleide ( nome fictício), do departamento de RH do escritório é uma morena grandona, do tipo boazuda e sempre me deu mole. Resistia às investidas.Achava que não ia dar conta do recado. Era muita areia pro meu caminhãozinho. Quinze dias antes da festa do escritório, a Cleide perguntou se eu iria e se eu fosse ela ia me dar um presentão de Natal, dando dois tapas na sua imensa bunda. Fiquei maluco. Fui pra casa com aquilo na cabeça. Em devaneios,me imaginei caralhudo preenchendo toda a garagem da Cleide. Mas era só imaginação.

De bobeira em casa, entrei na net, e abrindo um e-mail desconhecido deparo-me com um banner escrito 23x18cm. Não entendi. O que era aquilo? As dimensões de um retângulo? Propaganda de azulejo? Era um anúncio de bomba peniana. Havia uma foto de um pênis pequenino ( mas,ainda maior que o meu) e ao lado a de um pênis imenso. E o rosto de um cara com a legenda abaixo “Aumente seu pênis em 10cm uma semana.” Comprei de presente de Natal pra mim ( e pra Cleide). Como faltavam duas semanas para a confraternização, e para o presente que a Cleide ia me dar, calculei que em duas semanas meu pênis ia aumentar 20cm. Eu ia atolar um caralhão de 23,5cm na Cleide. Comprei a tal bomba e ela chegou por Sedex logo no dia seguinte. Fiquei as duas semanas bombeando à vácuo meu bilau, esperando o resultado. Qual foi? Meu pênis inchou e ficou doloridão, mas não chegou a ficar nem 30% maior. Quando eu ia urinar doía muito.

Finalmente no dia da festa da repartição,a Cleide veio bêbada pro meu lado e ela me convenceu a ir para um motel. Meu pênis vermelho, dormente e inchadão. Ao chegar lá, com vergonha, tirei a roupa e fui direto pra sauna. Quando saí, incrivelmente o inchaço passou e ele voltou ao tamanho normal. A Cleide olhou e caiu na gargalhada e me chamou de “Davi do Michelângelo”.

“Davizinho!” Sai do motel com vergonha e fui pra casa. Na net, pesquisei sobre o tal Davi e vi que era uma estátua de um cara com um pinto igual ao meu, mas a diferença era que o cara era grande e musculoso e não baixinho, e careca como eu.

No dia seguinte, todos na repartição começaram a me chamar de “Davi”. A Cleide veio com um rádio tocando um cd com uma música que até procurei a letra na internet:

Don't Want No Short Dick Man

Ah, ah Ah, ah Ah, ah,
Ah, ah
Ah, ah
Ah, ah Ah, ah, Ah, ah

Don't want no short dick man Don't want no short dick man Don't want no short dick man Don't want no short dick man
Don't, don't, don't, don't, don't, don't Don't, don't, don't, don't (4x)
Don't want, don't want, don't want, don't want
Don't want no short dick man

What in the world is that thing? Do you need some tweezers to put that thing away That has got to be the smallest dick I've ever seen in my whole life Get the fuck outta here
Iny weeny teeny weeny Shriveled little short dick man

Don't want,Don't want,Don't want, Don't want,Don't want,Don't want, Don't want,Don't want,Don't want,

Don't want no short dick man Don't want no short dick manDon't want no short dick man Don't want no short dick man (2x)

Iny weeny teeny weeny Shriveled little short dick man Don't want Don't want Don't want Don't want Don't want Don't want,Don't want, Don't want,Don't want, (4x)

Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!
Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!

Isn't that cute an extra belly button You need to put your pants back on honey
Don't, don't, don't, don't, don't, don't Don't, don't, don't, don't
Don't want,Don't want, Don't want,Don't want, Don't want no short dick man Don't want no short dick man Iny wee(x15)

Iny weeny teeny weeny Shriveled little short dick man
Do you need some tweezers to put that thing away That has got to be the smallest dick I've ever seen in my whole life I have ever seen in my whole life Get the fuck outta here Don't want no short dick man (4x)

Todos na repartição gargalhavam juntos a canção, que até então eu desconhecia a letra, mas saquei o deboche. Entortavam-se de rir olhando pra minha cara. O Marcão, maior escroto, mandou ela colocar um música da Tati-Quebra-Barraco e a Cleide cantava junto “ Eu não gosto de pirú pequenooooo!”, e todos olhavam pra mim rindo.

Humilhado e mais traumatizado ainda, procurei o Dr. Sílvio ( nome fictício), um cara altão, gente boa, o psicólogo d e toda a firma.

O Dr. Sílvio ouviu a minha história, desde a infância até o dia da Cleide e me disse umas coisas bem legais. Falou que nossa sociedade é falocêntrica, e que a valorização do tamanho do pênis é uma questão apenas cultural. Disse que na Grécia Antiga quanto menor o pênis mais o homem demonstrava virilidade e atraía as mulheres, já que sinalizava fertilidade, já que segundo eles o duto de expelimento do sêmen percorria um caminho menor. Daí as estátuas gregas com os seus pênis minúsculos. E finalizou me confidenciando: “Na verdade, ouço frequantemente das minhas pacientes que ' Mais vale um pequeno esperto do que um grandalão bobo!`”. Isso é consensual entre todas as mulheres, ele me disse. Falou para eu não me preocupar com isso, desencanar e focar mais na minha atenção nas preliminares e na performance sexual em si, pois isso faria de mim um cara realizado e realizador sexualmente.

"Mais vale um pequeno esperto do que um grandalão bobo!", saí do escritório com aquilo na cabeça. Minha vida mudou. Minha pequena visão de mundo mudou.Comprei uns filmes pornôs pra treinar posições, li o livro Kama Sutra de cabo a rabo, li livros que falavam sobre sexualidade feminina. Estava totalmente seguro de mim. Era outro homem.

No dia 28 de dezembro, andando pela firma, ouço uns gemidos no setor de almoxarifado. Quando entrei, vi no cantinho, perto do depósito de parafusos a Cleide de quatro gemendo e o Dr. Sílvio, aquele cara granalhão. cravado nela igual a um cavalo cruzando com uma égua.

Fiquei atormentado. Cheguei perto dos dois e, puto, perguntei pro Dr. Sílvio: pô, a Cleide era pra ser minha! Doutor, e a tal frase “ Mais vale um pequeno esperto do que um grandalhão bobo.”?
Ainda de quatro, a Cleide em meio aos gemidos respondeu:

“Seu baixinho bobo. Você não sabia que há grandalhões que são espertos?”.
E cantava enquanto dava para o Dr. Sílvio:
"Ah Ah Ah Don't want, don't want, don't want, don't want Don't want no short dick man "

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Fracasso de mestre desse cara, não é?
Acho que fiz merda em determinar quantidade de caracteres. Este, ainda que com quase o quádruplo do tamanho do texto que exigi ( este tem 7.827 caracteres), é fracassadão!
Pergunto, então, pras minhas leitoras:

Tamanho é documento?

FIM DO PRAZO PARA O CONCURSO FRACASSADO


Parou!

Parou agora!

Fim do envio de textos fracassados para o concurso. Porra, em menos de 3 dias já recebi 173 e-mails com textos! Além dos idiotas que mandaram e-mails zoando. Encheu a porra da minha caixa de e-mails.

Porra, tem fracassados e idiotas pra caralho nesse mundo!

Como eu disse que leria todos com cuidado, haja tempo para ler mais do que esses. Já li 159 textos, ainda faltam 14 para terminar de ler. Não tô ganhando nada com essa porra. Tomando o maior tempo. Foi a maior idiotice inventar essa bosta deste concurso.
Coisa de Fracassado mesmo.

Dá o maior trabalho. Primeiro passo: tenho que copiar e colar os textos no BrofficeWhiter, marcá-lo todo e colocar no contador de caracteres pra ver se obedeceram os dois mil e nove toques. Já limei 23 textos de cara. Ainda que até legais, mas ou estavam curtos demais ou maiores do que eu determinei. Outros não tinham desfecho, terminavam sem pé nem cabeça. Uma meia-dúzia escreveu numa língua cheia de abreviações do internetês e gírias totalmente incompreensíveis.
Mesmo assim, a maioria obedeceu a determinação do selecionador aqui e fez com a quantidade exata de caracteres, mas faltou cimento nas histórias. Fracasso mesmo. Até carta baixo-astral de dona de casa que apanhou do marido ano passado teve. Uma fracassada fez um texto contando em tom de lamúria o aborto que fez em setembro. Limei porque esse tema é controverso, há pessoas que não vêem fracasso nisso, e tava mais é parecendo carta pra revista Nova. Limei. Um biruta mandou um péssimo texto dizendo que tentou suicídio e fracassou. Que pena! Cornos apareceram uns três. Mulheres reclamando de homens bonitos broxas foram duas. Um cara disse que o filho nasceu em julho do ano passado, mas o menino era negro e ele loiro. E mais uma porrada de bizarrices até piores do que essas que tive que ler uma a uma e julgar, sob todos os aspectos, o principal: a capacidade de transpor por escrito, inteligivelmente, o tal fracasso.

Teve um texto que tava bem feito pra caralho, puta fracasso, com começo, meio e fim – até com conflito e clímax! - de um tal de “Punheteiro Coroão”, que eu desclassifiquei porque colocou dois mil e onze caracteres. Isso mesmo!
Só por isso!

Porra, “Punheteiro Coroão”, seu próprio pseudônimo é uma contradição em termos. A punheta e o parkinson devem ter te atrapalhado na hora de enviar o texto ( com uma mão só, creio). Após escrever o texto e contado os caracteres, você, ocupado no seu ofício onanístico, deve ter esbarrado na tecla de espaços e não percebeu.
Se fodeu ( mas com isso você já está acostumado... ehehehe)! Desclassifiquei. Eu disse dois mil e nove! Em dois mil e doze, se este blog ainda existir e eu cometer novamente a sandice de inventar esse concurso, aí sim, “Punheteiro Coroão”, você me reenvia. E cuidado com a tecla de espaços... Neste, você tá fora como os outros.

Crueldade? Sim! Crueldade, perfeccionismo e vingança mesmo. Estou me vingando por todos os processos seletivos dos quais fui desclassificado por burocratas escrotos. Agora eu sou o burocrata escroto. Um punheteiro também, mas um punheteiro responsável, profissa.

Se eu mantivesse durante um mês essa porcaria, eu não ia fazer outra coisa a não ser ficar lendo textos de fracassados.

Fim dos envios para o concurso! Ze-fi-ní!

Vou ler os que faltam, e colocar na pilha ( uns quarenta ) dos que já foram pra etapa final. Selecionarei, desses, 10 e relerei. ( Ó a merda de trabalho que eu inventei pra mim... tô fudido!)
Talvez hoje mesmo, ou amanhã, eu coloque aqui o nome e o texto do GRANDE FRACASSADO DE 2009.

Suspense...suspense...

Que rufem os tambores...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CONCURSO FRACASSADO

Já que tenho recebido vários e-mails de gente que quer se “solidarizar” com os meus fracassos contando os seus, tô criando um concurso pra eleger o melhor fracasso ( ou o pior sucesso ) dos meus fracassados leitores ocorrido neste ano de 2009.

Tem muita regra não. Sem frescuras. Basta mandar um texto contando a derrota.


O texto mais derrotado ganha um troféu que eu mesmo confeccionei - não me perguntem com qual matéria-prima - ( lindão, olha na foto acima) e a publicação neste fracassado blog de merda.



Uma retificaçãozinha: pra não ser uma parada esculachada, neguinho escrevendo analfabetamente de qualquer maneira, entende-se por “texto derrotado” alguma narrativa que tenha acontecido realmente ( ou que tenha verossimilhança suficiente que me faça acreditar que foi real) e que retrate a bosta de situação que você sofreu.


Pode ter pornografia e palavrões.


Não mandem nenhum testamento de dez laudas. Meus fracassos já me tomam muito tempo e eu não teria tempo pra ler um romance fracassado.


Portanto, esse fracasso ocorrido no ano de 2009 tem que ter EXATOS dois mil e nove caracteres ( contando espaços e pontuações).


Fui cruel nessa! Ehehehe...


Isso mesmo! Nem um a mais, nem um a menos: impreterivelmente dois mil e nove caracteres. Como ninguém caga pela metade, que tenha começo, meio e fim nessa merda também.


Fracassados, uní-vos.


Que vença o melhor! Ou melhor: o pior! Ahh..já nem sei. Mandem os textos que eu prometo que lerei todos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

INFLUENCIADOR FRACASSADO


Quando concebi há mais ou menos um ano e meio este blog de merda, não me passou pela cabeça que alguém perderia tempo em lê-lo. Sem pretensão nenhuma, minha idéia – não me envergonho em dizer - era, tal qual uma menininha insegura com o seu “diário íntimo”, postar aqui os malogros, derrotas, desgraças, faltas de êxito, ruínas e desgraças da minha vida de Merda.

Ao colocar um contador de visitas, fiquei pasmo ao perceber a quantidade de pessoas que se regozijam em acompanhar a miséria alheia. Cambada de abutres biltres!

Pra minha (outra) desgraça, parece que fiz escola. Pessoas me mandam diariamente e-mails contando seus fracassos e vêem em mim uma espécie de “Guru dos Fracassados”.

Mas o pior não é isso. Enquanto influenciador de fracassados, poderíamos pressupor que os fracassos de um influenciador seriam mais fracassados do que os dos seus seguidores.
Ledo engano!

Recebi um e-mail hoje em que um influenciado seguidor deste blog expôs um fracasso seu e que me fez sentir mais derrotado ainda. O cara, num simples – e, acredito, rapidamente escrito – e-mail, teve a capacidade de me superar em todos os aspectos que um texto fracassado teria: uma derrota estrondosa descrita de uma maneira perfeitamente arguta, sem os erros gramaticais que cometo com frequência [ leiam PROFESSOR DE PORTUGUÊS FRACASSADO] e, não menos importante, com um fracasso digno de um mestre.

Porra! Mas o mestre não sou eu?

Podem me dizer: “perdeu preibói!”

O escroto fez isso pra me humilhar! Só pode! No início do e-mail, ele foi tecendo elogios inteligentes, citando uns caras que nem conheço, que me deixaram confuso ( e que eu fiquei sem saber se o babaca tava me elogiando ou tava de ironia) pra antes do golpe final, do xeque-mate, vir o tal fracassão que deixou os meus fracassinhos no chinelo.

Como influenciador de fracassados, sou uma fraude que perde para o próprio influenciado fracassado.

Sou um Merda de um Fracassado de Merda!

O nefando e-mail:

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De: Lucio Medeiros (lucioeduardomedeiros@gmail.com)
Enviada: quinta-feira, 07 de janeiro de 2010 13:43:25
Para: Alexandre Coimbra Gomes (alexandrecoimbragomes@hotmail.com); Alexandre Coimbra Gomes (alexandrecoimbragomes@gmail.com)


Caro Fracassado,

Acompanho suas postagens desde o início. Ou quase. Nem me lembro como vim parar por aqui, mas o fato é que gostei do que li. Especialmente do texto “Fracassado Fracassado”.

Expor seus fracassos, reais ou ficcionais, me pareceu interessante, afinal quantos não são nossos fracassos cotidianos cuidadosamente escamoteados, tirado dos olhos dos que nos são mais próximos pelos mais variados motivos?

Lembro do Poema em Linha Reta do Fernando Pessoa.

Assumir nossa falibilidade é assumir a integralidade da natureza humana.

Além do que, como é auto depreciativo, acaba mexendo com uma das questões mais delicadas do ambiente cultural atual, pois através da galhofa questiona também a temática predominante na música popular, quadrinhos, literatura etc.

Afinal, todo mundo, paradoxalmente, se quer bem sucedido mas vive a reclamar da vida, do governo, do aquecimento global, da puta que o pariu, sem assumir suas próprias responsabilidades por um eventual fracasso. Culpados, como o inferno, são os outros.

Literatura (e música popular e quadrinhos etc) comercialmente viável é a que glorifica o loser. São todos irresponsáveis (gostou da plurisignificância do vocábulo?) por seus fracassos. Imaturidade é uma constante na produção cultural de agora.

Só pra provocar lembro de um texto do Reinaldo Azevedo em que ele diz “Tanto no Brasilzão velho de guerra como mundo afora, depois dos anos 60, identificou-se excessivamente a arte e, de maneira mais ampla, a cultura como discurso da negação. (...) Vocês já repararam que, regra geral parecem inexistir arte ou pensamento relevantes que justifiquem o presente, que vivam em harmonia com ele? Ou, escrito de outra maneira: é como se houvesse uma incompatibilidade entre a criação artística ou filosófica que contam e o conformismo. Curiosamente, no entanto, a produção cultural que atingiu a excelência, ganhando o estatuto de um ‘clássico’, é justamente aquela em que a utopia (o ‘lugar nenhum’) é autorizada por um tempo e lugar historicamente definidos. Foi assim, para citar alguns exemplos, no século de Péricles, na Grécia; no reinado de Otávio Augusto, em Roma, e em vários períodos do Renascimento.” (págs. 237/238 do Contra o Consenso)

Nos anos 70 o grande Glauco Mattoso escreveu um poema intitulado “Cansioneiro”, assim, com S, para dizer que estava cansado da temática das canções, então predominantemente políticas. Hoje o “sistema”, seja lá o que isso quer dizer, é dominado pela cultura do fracasso, da impossibilidade de realização plena, da queixa, do ah como eram bons aqueles tempos ... O establishment é perdedor porque oprimido. A contramão é ser virtuoso ou apontar virtudes.

O grande mérito do seu blog está em, caricaturizando uma temática comercial, denunciá-la. Exerce aí uma função dialética du caraio.

Seu projeto bem sucedido foi bem sucedido. Única saída, pois se fracassasse seria um sucesso do ponto de vista de um fracassado. O que torna seu blog, simultaneamente, um fracasso e um sucesso. Tentando pegar carona, vai uma colaboração. Se der publique.

Abração,

Lucio
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Pari Passu. A expressão latina designa a qualidade de algo ou alguém estar em perfeita sincronia com algum acontecimento ou objeto de estudo. Hoje é mais comum falar em up to date. Mas não é mesma coisa. Ou é? Sei lá. Isso é papo de linguista. Sobre língua só sei que é a última que morre. Se bem que, talvez, a linguística forneça um instrumental teórico para compreender minha crônica inadequação ao fetiche que cultuo, com aquele papo de estudo diacrônico/sincrônico.

Sempre me faltou timing. Melhor dizendo: em certos assuntos até me sinto como portador do que é comumente designado por timing, no vocabulário corrente da classe média, a qual pertenço. Tenho timing, mas só pra trampo.

No essencial, que é a realização da minha satisfação sexual, nem remotamente consegui estar pari passu com meu fetiche, qual seja, a tara por mulheres mais velhas. Balzaquianas me fascinavam aos quinze. Citando nosso pueteiro maior, Tarso Genro, “quanto sêmem inútil derramei” em noites solitárias sonhando com um colo (e todo o resto que o acompanha, é claro) de uma mulher madura.

Cada novo janeiro eu elevava a idade ideal do meu objeto de desejo. Há anos me fixei no intervalo entre 45/50 anos.

Tímido, durango kid, somente aos dezoito comecei a me aventurar em cantadas desajeitadas às amigas de minha mãe. Todas redundando em negativas. Desde as mais ásperas até as que me dispensavam delicadamente dizendo que apesar de “ser um rapaz bonito”, era “muito novo”.

Por conta dessas últimas acalentei a esperança de que o passar dos anos me traria um ar de maturidade que as interessassem. Mas enquanto a idade não avançava, eu precisava manter relações sexuais, e comecei a me relacionar com mulheres da minha idade, chegando a casar com uma delas, inclusive.

Minha mulher era bonita, me deu uma filha que amo muito, proporcionou alguns dos melhores momentos que vivi, mas eu continuava um tarado irrealizado.

Fã de rocks bagaceiros, vibrava quando ouvia pérolas como “Eu amo sua mãe” das Velhas Virgens, cuja letra dizia “você é até que é gostosa, mas a velha é muito melhor”. Enchendo a cara de cerveja e berrando essa letra assistindo ao dvd até que obtinha um efeito catártico, mas continuava frustrado. Fracassado.

Quarenta anos quase completos, minha vida estava caminhando para a monotonia. Agora já não era mais um menino. Poderia traçar mulheres de cinquenta. Era preciso por um fim no meu casamento e partir rumo a terra encantada do fetiche. Precisava realizar plenamente minhas taras.

Estabelecida a partilha e o valor da pensão adquiri a carta de alforria. Nada mais me segura, pensei.

Depois de mais de quinze anos de casamento comecei a sair como um predador na noite. Era o próprio Milf hunter. Mas, para minha surpresa, o que pintava na minha rede era menininha dando mole. Tive boas parceiras. Algumas muito carinhosas e boas de cama. Só que não me separei para comer garotinhas. Queria mulheres mais velhas.

E aí é que bate o ponto.

Agora, aos trinta e nove anos, quando abordo uma mulher mais velha, com as variações de praxe, o que mais ouço é: “Pô, você é até uma cara bonito, ‘tá inteiro para sua idade, bom papo e tal, mas ... é que eu curto caras mais novos”.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CONTISTA FRACASSADO II





Submeti ao crivo de alguns amigos professores de Literatura ( e para alguns escritores ) um conto meu para que avaliassem tecnicamente aspectos textuais. Eu queria saber se o texto tava uma porcaria ou não. Deméritos literários à parte, nenhum deles se ateve ao que eu buscava: me informar se a porra do conto tem algum valor literário! Unânimes, afirmaram somente que o conto tinha um cunho “extremanente” racista, e restringiram suas opiniões a este pormenor.
Fiquei sem saber se a porcaria do texto poderia ser considerado Literatura.

Não sou racista nem anti-racista, nem levanto bandeira pra nenhum dos dois. Cada um que saiba argumentar a seu favor. Somente escrevi a merda do conto.
Mas, foda-se. Escrevi o conto, mandei pra essa galera e mesmo assim continuei sem as respostas que queria.

Ei-lo:

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CATIVEIRO

Feliz, enquanto a mãe e os irmãos cantavam as velhas cantigas dos antepassados lá na lavoura, ela ia fazendo o trajeto para a Casa Grande carregando saltitante as cestas com a colheita. Era sonho. Quando acordou, lembrou-se imediatamente que estava na senzala. Cheiro de madeira podre molhada. Os grilhões reluzindo pela única fresta de sol que entrava no cubículo não lhe deixava dúvidas, estava sim na senzala. Três dias nesse cativeiro. Umidade. Ela estava ali, não tinha dúvida, por causa da cor escura da sua pele. Por ser bonita e jovem. Era escrava sexual dele. Ele não dava trégua. “Sua preta imprestável”. “Sim sinhô”. E chicoteava-a sem piedade. Nua, suja, humilhada, seu cabelo pixaim desgrenhado pelos violentos puxões dados, quando ele violentava-a por trás, reafirmava a idéia de que a sua vaidade ia se esvaindo, como ele queria. “Crioula imunda lambe meu pé. Cadela. Lambe o saco do seu Senhor.” Eram muitas as humilhações verbais. “Você é bicho, não é gente. Chupa meu pau. Olha, se arranhar meu caralho com os dentes, sua asquerosa, vai tomar mais trinta chibatadas. Quer? Quer?”. Ela reunindo o cadinho de forças que lhe restava, dedicava-se a fazer como ele queria, se não fizesse bem feito, sabia que ia levar mais porrada, mais chicotada. “Sim sinhô, sinhozinho”. Ele não dava descanso. Humilhava cada vez mais. “Gente suja essa crioulada!” Às vezes ele pagava ela de surpresa. Como na vez que ela tava lá, no chão imundo, deitada de bruços, dormindo, descansando das curras anteriores e ele chegou repentinamente por cima, de surpresa, feroz, segurando os pulsos pra que ela não virasse pra cima. “Não me olha sua negra fedorenta desgraçada, raça ruim! ”. Assustada, acordando pro novo pesadelo, sente o pau dele arranhando no cu mulato comido à força. O suvaco cabeludo sufocando-a. Três dias consecutivos de torturas físicas, morais e sexuais. O corpo rechonchudo talvez tenha dado mais resistência. “Mas que catinga artida sua preta imunda! Macaca piolhenta!”No segundo dia é que foi o pior. Ele trouxera mais dois brancos para ajudarem a currá-la. “ Podem ficar á vontade, é igual à uma bezerrinha, só que a bezerrinha é mais apertadinha”. E riram os dois senhores enquanto revezavam na sua vagina já esfolada. E beliscaram com alicate no mamilo. “ Tirando leitinho da teta da bezerrinha”. E pegaram a sua cabeça e forçaram-na a colocar dois pênis na boca ao mesmo tempo. Ela golfando. Duas chibatadas queimando nas costas nuas. “Se vomitar apanha mais, preta”. Quarto dia. Só ela e ele lá. Depois de mais uma sessão de torturas, esgotada, garganta colando de sede, pediu água. “Por favor sinhozinho, água eu suplico”. Recebeu. Uma água amarela, quente, fétida, saindo do pênis dele. “Porca tem que beber urina”. Não tinha fim. Ou melhor, a tortura temporariamente teve fim quando o telefone tocou. Ela atendeu e, enquanto olhava pra ele, respondia: “Alô. Sim senhora Dona Verônica. A senhora vai chegar de viagem só na terça-feira? Podeixar então que eu passo o recado pro patrão. Sim. Sim. Boa viagem. Tchau.”. E gritou pra ele: “Que maravilha! A gente tem mais três dias de cativeiro.”

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(Alexandre Coimbra Gomes – escrito em 20 de novembro de 2009)

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Por alguns considerarem alguns outros contos meus, publicados na rede e impressos, unicamente como “cruéis”, “pervertidos” e “violentos”, fiz esse pra tentar provar que poderia escrever um conto de amor. Um singelo conto de amor. Autobiográfico, por sinal. Que vivi.

Um conhecido, escritor e advogado, ao receber esse conto por e-mail para que desse a sua opinião, restringiu-se a responder somente:

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Alexandre,

A Lei 9459, de 13 de maio de 1997, corrigiu a Lei 7716, de 15 de janeiro de 1989, modificando os artigos 1º e 20, e revogou o artigo 1º da Lei 8081 e a Lei 8882, de 3.6.94. A lei pune, com penas de até cinco anos de reclusão, além das multas, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, de cor ou etnia.

A Magna Carta de 1988, relatada pelo atual Senador Bernardo Cabral, distinguiu esse crime com sede própria, entre os direitos e deveres individuais e coletivos, no Título destinado aos Direitos e Garantias Fundamentais, prevendo que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, como já o fazia a carta anterior, sujeito à pena de reclusão (mais grave que a mera detenção), cabendo sua definição à lei.


Portanto, amigo,cuidado ao publicá-lo, pode lhe trazer problemas.

Saudações,

Dr. *****


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Dr. *****, não vi porcaria de racismo nenhum meu ali no conto. Foi só um conto de amor.
Racista, eu? Ainda que quisesse sê-lo, não tenho, nem quero ter, argumentos que justifiquem a supremacia de uma raça sobre outra: negro superior a branco ou branco superior a preto. Tô cagando ( na entrada e na saída) pra isso.

Os racistas que quiserem ver racismo, que vejam.

Quis fazer um lindo conto de amor e cumplicidade sexual.
Se alguém aqui no blog puder opinar, agradeço.

domingo, 3 de janeiro de 2010

FILANTRÓPICO FRACASSADO


Quando caí na esparrela de colocar a porra do meu telefone pessoal na postagem anterior, não imaginei que seria um pandemônio no meu celular. Tirantes os amigos [-da-onça] ( filhos de uma égua, desgraçados) que estão,ainda, ligando a todo momento imitando voz de mulher pra me sacanear ( Podem parar! Já perdeu a graça! Caralho!) e algumas mulheres que realmente queriam me conhecer ( nunca imaginei que esta joça tivesse tantas leitoras – insanas, diga-se de passagem), o que mais me impressionou foram algumas ligações de pessoas querendo compartilhar os seus fracassos via telefone celular comigo!

Assustador!

Meu telefone não é nenhum tipo de “tele-fracassado”, puta que pariu!

[ Quando escrevo, odeio usar o sinal de exclamação, mas a minha raiva exige em todo esse desabafo!!!]

Neguinho(as) numas paradas depressivonas alugando o meu ouvido contando as merdas que já tinham feito e me elegendo como cúmplice nas suas respectivas vidas fracassadas!

Fodam-se! Vão ligar pro disque-suicídio, pra vó, pro “chat-chat-chat-line”, por caralho a quatro, sei lá! Deixem o meu telefone livre para o propósito pelo qual o coloquei, aqui, em público: atrair as fêmeas queiram um chamego, um amor gostoso, um roça-roça.

Algo que me trouxesse uma luz de esperança para o fim desse nefando 2009 ( depois posto uma breve retrospectiva dos meus fracassos nesse ano).

Porém, por conta dessa idéia besta de colocar aqui o meu celular, fechei a porcaria do péssimo ano de 2009 com chave-de-ouro ( uma merda, em termos fracassados, diga-se).

Vou contar:

Entre as ligações recebidas com sussurros ao pés dos recíprocos ouvidos, algumas fêmeas me atraíram realmente. Até então, marquei, via celular, oito encontros pessoais. Fui em todos. Nenhum resultou em “esse / e / xis /o”. Dois dos quais, as minas voltaram no mesmo pé alegando na cara a minha baranguice, cinco com mulheres fracassadas-maníaco-depressivas e um com uma gata-linda -maravilhosa-psicopedaga-assistente-social.

Virei a porra de um terapeuta de mulheres depressivas e fracassadas que acham que eu tenho a obrigação de ficar ouvindo a desgraça alheia. Vão criar seus blogs, como eu fiz, caralho!

Mas voltando a falar da gata-linda-maravilhosa-psicopedaga-assistente-social. Durante a sua ligação ( 11:34h do dia 30 de dezembro de 2009), ela pediu que eu entrasse na internet e ligasse a cam, o que fiz e ela idem. Foi com a minha cara. Disse que tinha me achado muito interessante ( minha cam deve estar com defeito). A mulher, uma morena de olhos verdes, mignon, meu número certinho, me deixou maluco da(s) cabeça(s). Tratei de marcar um encontro pessoal no mesmo dia com a fêmea da voz aveludada. Ela não pôde. Insisti. Era mora a 200 km da minha casa, na capital ( Rio de Janeiro). Fiquei desesperado. Tesudo. Marquei pro dia seguinte, 31 de dezembro. Passarmos o reveillon juntos. Ela disse que não daria pois iria iria passar o ano ao lado das crianças de um orfanato que ela trabalha.

Caralho! Fiquei desesperado! Eu tinha que traçar aquele espetáculo de morena de qualquer maneira. Até que tive a idéia mega-blaster apelativa: chamá-la pra passar o reveillon num pobre asilo de velhinhos comigo. Quem conhece a cidade de Barra do Piraí e a rua onde moro ( Cristiano Otoni), sabe que moro perto de três desses decrépitos asilos ( sem a força do trocadilho, por favor).

Liguei. Falei da idéia. Passar a virada abraçando velhinhos solitários que – idéia caduca minha – nunca imaginariam que estariam vivos em pleno término da primeira década do século XXI. Ela ficou emocionada:

-É mesmo, muito boa a sua idéia! Que coisa linda!Você sempre faz isso? Levar consolo e carinho para os velhinhos abandonados no último dia do ano?

Menti.

- Sempre! Sempre vou e levo línguas de sogra, serpentinas, chapeuzinhos-cone, confetes e uma cascatinha de fogos e coloco uns discos de marchinhas e serestas e ficamos cantando até a virada do ano. Mas fogos eu não levo não, pra não incomodá-los. Sempre faço isso. Adoro os idosos. É o mínimo, o mínimo, que eles merecem ao fim dessa uma árdua vida...

-Cara! Que coisa mais linda isso! Eu lia o seu blog e achava que você era de certa forma uma cara insensível, que só pensava em sexo, ogro, tosco, alheio a essas minúcias da filantropia, do bem-querer ao próximo, consolar a quem precisa...

Eu queria mesmo era consolá-la com o meu consolo natural, sexo animal, botar aquela morena de quatro e cravar o cacete até o talo num movimento de vai-e-vem frenético.

- É...consolar – respondi, já, ao telefone, batendo uma punheta imaginando aquela buceta morena atochada pelo meu caralho envernizado.

Tá gemendo?

Tristeza. Tristeza por viver nesse mundo cruel onde as pessoas mais velhas ficam abandonadas ao léu pelos familiares. Tenho nojo de alguns seres humanos que só pensam em si mesmos, que só olham pro próprio umbigo. Unngrrr!

Tadinho! Tá gemendo de dor. Entendo isso. Também tenho asco desse tipo de gente. Você é um cara sensível pra caramba!

Tinha acabado de gozar pela bronha frenética.Olhei pro meu umbigo e ele tava todo esporrado.

-Unngrrr!

-Fica assim não. Eu vou! Vou aí sim e vamos passar esse reveillon no asilo confortando e dando esperanças para os idosos. Vai ser lindoooooooo!

Dia 31 de dezembro de 2009, 18:45hs, rodoviária da minha cidade. Sereno fino.Chega o ônibus. Estou na estica, terno beje. Vejo a morena reluzente que se destaca saindo do bus.. Ela olha pra mim e vem na minha direção. Ela me abraça firme, com ternura. Eu abraço firme, com o caralho duro e latejando. Ela sente o catuque. Olho pra enorme mancha esperma na calça do terno.

-Unngrrr!

-Que foi? Coitadinho! Ainda está gemendo de dor pensando nos velhinhos?

Digo que sim e explico que aquele caroço é um guarda-chuva molhado guardado no meu bolso.

-Vamos lá pra minha casa? Lá você deixa a sua bagagem, descansa da viagem, toma um banho, a gente toma alguma coisa pra relaxar e partimos pro asilo.

Eu já havia preparado tudo. Oito latas de Schin e uma garrafa de conhaque Presidente ( só tinha grana pra isso) na geladeira, camisinhas malocadas em todos os cantos da casa, cd do Wando no pause, esquema total.

- Não! Não! Vamos pro asilo logo! O quanto antes chegarmos mais tempo teremos para ajudar e alegrar aqueles que precisam de nós!

Me bateu desespero. Será que o meu plano de embebedá-la a ponto de esquecer da merda do asilo idiota pra fazer sexo animal comigo ia por água abaixo? Me acalmei. Lembrei que velho dorme cedo e se fôssemos pro asilo, quando desse umas oito e meia aquela porrada de inúteis senis já estariam dormindo.

-Sim! Vamos lá! Estou ansioso pra chegar.

-Táxi!

A morena filantráopica deu três pulinhos de alegria. Seus peitinhos ainda permaneceram uns dois segundos tremento sozinhos. Fiquei olhando hipnotizado.

-Unngrrr!

-Ih! O guarda-chuva parece que abriu no seu bolso,molhou a sua calça!

Entramos no taxi e partimos. Enquanto conversávamos, percebi o taxista reclamando do cheiro de água-sanitária dentro do seu carro.

- Nossa! É difícil imaginar que ainda exista alguém que tenha um coração puro e delicado como o seu. Abrir mão da diversão volúvel do reveillon para passar o ano ao lado dessas pessoas...

- Ahan! Ahan!

Enquanto ela ia falando, eu me imaginava chupando aquela buçanha morena enquanto ela pedia pra enfiar o dedo no cuzinho...

- (...) porque a maioria das pessoas hoje só pensa em si e nos seus prazeres pessoais, o mundo precisa de mais pessoas como você, que doam o próprio prazer para as outras pessoas (...)

-Ahan! Ahan!

Blá-bláblá na cabeça e eu só viajando no corpaço, altas fantasias, aquela lambrecação de filme pornô: cospe e lambe a buça e enfia o dedo no rabo e enfia o caralho na garganta até ela golfar...

Chegamos no tal asilo. Dia 31 de dezembro de 2009, 19:35hs

Descemos do táxi. Peguei as malas da morena. Ela foi subindo saltitante a escadaria do asilo. Bunda tamanho perfeito.

-Vou atochar meu caralho até o talo no rabo dessa morena e o meu saco vai ficar batendo no grelo dela até ela gozar um jorro como uma égua no cio – sussurrei comigo enquanto apertava a cabeça inchada do guarda-chuva.

Entramos no asilo. Apresentei-me na recepção. Expliquei que éramos voluntários para passar o reveillon com os idosos. A recepcionista com cara de bunda não entendeu porra nenhuma mas deixou que ficássemos à vontade, até a hora que quiséssemos. Começamos a andar pelos corredores do asilo.Parada baixo astral pra caralho. Uma porrada de velhos fedendo a mijo, largados pelos cantos de cabeça baixa nas suas cadeiras de balanço. Maior deprê. A morena saiu de repende de um corredor e apontou pra mim eufórica:

- Vai por esse lado do corredor e traz todos pra mesa de centro do saguão que eu preparei uma cesta de frutas e uma torta de bacalhau, receita da minha falecida avózinha. Todos vão se divertir!

E começou a ameaçar um choro lembrando da sua avózinha. Me abraçou. Perguntou porque eu ainda não tinha tirado o guarda-chuva do bolso. Que ele tava se mechendo sozinho. Desenconstei e falei que era um presente surpresa pro seu Agenor, um idoso amigo meu – inventei.

-Que lindo!

Dia 31 de dezembro de 2009, 21:35hs. Os velhos pareciam que tinham tomado arrebite ou cheirado cocaína. Tavam todos serelepes pra caralho, sem nenhum sinal de iriam dormir naquele momento.

Aquela porrada de velhinhos sentados em volta da mesa. A morena servindo o prato de todos e me dando ordens:

- Vai ali e limpa a barba do Godofredo que ele se babou todo, acerta as costas da Dona Almerinda que ela está escorregando da cadeira-de-rodas...

Putaço pra caralho, pensei naquele momento que poderia estar batendo uma punheta em casa vendo o filme novo da Brasileirinhas, ou fumando um charuto e lendo meus gibis antigos do Sobrinhos do Capitão, mas tava ali, a morena escorregadia, filantrópica, quase uma freira de pureza e eu com o caralho duro, doido pra afogar o ganso.

Dia 31 de dezembro de 2009, 23:35hs.

- Todos acordados. Ainda não fodi com a morena! Caralho!Que merda! Não tem como piorar essa porra!

Piorou.

Dia 31 de dezembro de 2009, 23:45hs. Da porta de um dos quartos, a morena me chama urgente:

-Corre aqui! Me ajuda! Faltam quinze minutos pro ano novo e eu tenho que terminar de preparar o Sr. Godofredo.

Fui em direção a porta e perplexo vi a cena mais tosca da minha vida. Um velho de uns noventa e cinco anos deitado de pernas abertas como um bebê, todo cagado, olhando pra mim com uma cara de tristeza sem fim. Eu não sabia se sentia nojo ou pena. Só sei que a merda do velho fedia mais do que carniça, e a morena me deu um pano na mão e ordenou:

- Limpa, limpa rápido. A bacia com água tá aqui. Eu vou ali pegar a outra fralda geriátrica. Rápido! Faltam oito minutos pra virada!

Olhei pra gigantesca e arriada bolsa escrotal do velho e fui limpando aquela merda toda. E torcia ( o pano, não o saco do velho), e limpava, e começou a me dar tonteira. A morena chegou com uma fralda e um pote de talco e terminou o serviço rapidinho.

Fiquei parado com o braço todo sujo de merda quando o Sr. Godofredo já limpo e sentado na cadeira de rodas me chamou. Pensei “ Porra! Já vem essa porra desse velho me deixar mais baixo astral ainda agradecendo por tê-lo limpado. Que merda!”

- Quê que foi seu Godofredo?

- Rapaz! Rapaz! Tu és um merda fracassado mesmo, einh?

- Ahn?

- Caçarolas! O que estás fazendo aqui? És broxa na tua tenra idade? Bicha? Eu, na tua idade já ia no primeiro dia do ano pro hospital pra tratar das gonorréias que adquiria de tanto fornicar na virada do ano. Cheio de menininhas espalhadas pelo mundo afora querendo fornicar em pleno reveillon e vais passar a meia-noite aqui ao lado desses velhos caquéticos e dessa morena - escultural, diga-se de passagem - mas tremenda “carola-que-não-dá-bola” ? Essa é daquelas que cismam em edificar a humanidade mas que não fornicam antes do terceiro reveillon passando juntos. Já passei por isso. Tive uma dessas e passei três reveillons em asilos até conseguir passar a ferramenta nela. E a mulher era a maior geladeira, fornicava mal, não se mexia. É típico desse tipo. Não sacou? Uma “carola-que-não-dá-bola”! Tu, meu rapaz, és um merda! Um verdadeiro merda!

Fiquei parado. A voz da sabedoria ali na minha frente.

A morena voltou no quarto e deu um berro:

- Corre! Traz o Godofredo! Falta um minuto!

Dia 31 de dezembro de 2009, 23:59hs.

Todos reunidos em volta da mesa. As palavras do Sr. Godofredo ecoando na minha cabeça...

“És um merda! Um verdadeiro merda!” DEZ... Não sacou? NOVE...Não sacou? OITO... “Essa é daquelas que cismam em edificar a humanidade mas que não fornicam antes do terceiro reveillon passando juntos.” SETE... “carola-que-não-dá-bola” SEIS...“És um merda! Um verdadeiro merda!” CINCO...Não sacou? QUATRO... “ tive que passar três reveillons em asilos até conseguir passar a ferramenta numa desse tipo.” TRÊS... “maior geladeira, fornicava mal, não se mexia. É típico desse tipo” DOIS...“És um merda! Um verdadeiro merda!” UM... “verdadeiro merda!”

FELIZ 2010!

Os velhinhos todos vieram na minha direção e me abraçaram.

O seu Godofredo olhou pra mim e fez um moxoxo humilhante. Li nos seus lábios ““És um merda! Um verdadeiro merda!”

O guarda-chuva fechou e encolheu.
( Eu e o Sr. Godofredo num papo alto-astral minutos antes da virada do ano)