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segunda-feira, 21 de junho de 2010

DIRETOR DE CURTA-METRAGEM EXISTENCIALISTA FRACASSADO


Fiz um curta-metragem. Filmei de um celular emprestado - desses modernosos que filmam - ( não tenho grana pra comprar um desses).Com uma câmera na cabeça-de-bagre uma idéia na mão fechada.

Fiz, fiz sim um curta-metragem.

Produção caseira. O custo do filme bateu, acredito, um record em investimentos: gastei exatos R$ 1,85 para produzí-lo. Só o preço da passagem.

Sem nenhuma auto-crítica, mandei o dvd com o filme para um amigo que é diretor profissional e crítico de cinema. Ele viu o meu curta e me mandou o seguinte e-mail:

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“Alexandre, vi o teu curta-metragem “Vida Passageira”. É genial! Você soube sintetizar toda a proposta existencialista em poucos minutos. Minutos esses que fiquei diante da tela vivendo o teu filme. Perdi ou ganhei tempo de vida vendo o teu filme?

Você investigou os espectros originários da alma, da consciência de se estar vivo transitoriamente à mercê do instante da morte a inexorabilidade da morte, as algemas do curso reto da existência, a impossibilidade da comunicação, sintetizados em intensa e visceral angústia, surpreendendo o uso da câmera como um bisturi para devassar angústia do tempo/espaço na vida. O curta-metragem forja desde cedo estarmos diante de uma estética distinta, que permite surpreendentes possibilidades. Uma maneira de fazer cinema toda construída sobre a autêntica impressão digital da psiquê. O próprio tempo passaria a servir de êmulo dessa visão, mergulhando-nos em marasmo e letargia, como símbolo de impotência perante ao destino, ao rumo ( Deus escreve certo por linhas tortas?) o que pode te valer aos olhos tradicionais o rótulo de cineasta de difícil compreensão.

Teu filme? Vi a minha vida passar diante dos meus olhos. O filme da minha ( nossa ) vida. Me vi vivendo nessa vida passageira ( ótimo título!). A linha reta (!?) do curso da vida como mero expectador da minha própria existência. Uma “vida passageira”, passivo diante do que os meus olhos (a janela da alma) vislumbraram: o sentido da vida.

Teu filme, Alexandre? Tá ali no teu filme. Tá ali naqueles poucos minutos. Eu vi que sou a minha própria existência, mas essa existência é absurda. Existir como um ser humano é inexplicável, e totalmente absurdo. Cada um de nós apenas está aqui, lançado nesse tempo e espaço –– mas por que agora? Por que aqui? O que é a morte? A morte é minha total não-existência. A morte é tão absurda como o nascimento –– não é o momento final e autêntico de minha vida, não é nada mais que o aniquilamento de minha existência como ser consciente. A morte é apenas outra testemunha do absurdo da existência humana.

Teu filme? Franz Kafka Karl Barth Andre Malraux Simone de Beauvoir Abraham H. Maslow Nikolai Berdyayev Friederich Nietzche Martin Buber Jose Ortega y Gasset Rudolf Bultmann Blaise Pascal Albert Camus Maurice Merleau-Ponty Fiodor Dostoievski Rainer Maria Rilke Martin Heidegger Jean Paul Sartre Karl Jaspers Paul Tillich Franz Kafka Miguel de Unamuno Soren Kierkegaard Eliezer Wiesel...

Teu filme? Vida Passageira: Vida, passagem, fim da linha, a inexorabilidade da morte.

Teu filme? Todos tem a consciência da morte e a de que essa morte ocorre apenas uma vez, isso leva o homem a viver um sentimento de "espera da morte". O fim, destino, curso e sentido da é a morte para os indivíduos. A morte é o termo final para nossos planos. Estamos na dependência da morte para tudo já que ela é imprevisível e invencível. Para ele as pessoas fogem para uma existência sem autenticidade para fugir da angústia da morte. Mas somente sofrendo essa angústia o homem será autêntico e atingirá a sua plenitude existencial.

Teu filme? Depois de vê-lo, eu passei a não acreditar que a morte é a passagem para outra vida. Para mim ela passou a ser uma porta fechada. Eu não digo que ela é um passo que todos nós devemos tomar, mas que é uma horrível e sórdida aventura rumo ao... ponto final.

Teu filme? Arte pura no seu estado bruto! Teu filme? Magnífico! Teu filme? Bravo! Teu filme?
Nosso filme:
“VIDA PASSAGEIRA”

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Na boa? Não entendi porra nenhuma do que ele escrveu, mas isso deve ser um elogio.

Entusiasmado por essa ininteligível crítica do meu amigo crítico, inscrevi o filme em uma porrada concursos do gênero. Por sugestão dele.

Todos rejeitaram.

Fracasso de aceitação. Quiçá de bilheteria...

Mas... O filme está no You Tube em dois links. A introdução e os créditos ficaram em um link e o próprio filme existencialista em si ( para si) ficou em outro. Isso porque eu sou uma toupeira e não soube fazer a porra da edição juntando a apresentação e o filme no Movie Maker ( um programa que até debilóide sabe manipular).

Para ver o “Vida Passageira”, basta ver o vídeo de apresentação. Depois, é só clicar no link que leva ao filme – logo abaixo do vídeo na caixinha de texto no vídeo.

Boa viagem.

http://www.youtube.com/watch?v=mPpxQoIay3Q

Um comentário:

Edu Coimbra disse...

Na verdade, o seu fracasso é tão contagiante que o Movie Maker não quis funcionar, ficou dando pau. E quando dá pau, tem que sentar e resolver, né?

Po, esse diretor Sartrista amigo seu é igual um amigo meu: "Po, cara, a vida é muito looca. Ontem foi foda, bebi demais." Imagina os dois viajando juntos, hahah.

[]ss