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domingo, 13 de dezembro de 2009

CRONISTA FRACASSADO

Como um bom fracassado, investi mal sucedidamente em mais uma tentativa literária. Desta vez, no gênero “crônica”.

Crônica segundo o wikipédia:

É um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.


Pelo que sei sobre crônica, essa definição do wikipédia é totalmente tosca ( na verdade, fiquei com preguiça de transcrever a definição do dicionário Houaiss), mas dá pra ter mais ou menos uma idéia sobre o que é.

Sendo assim, ou assado, peguei um “tema banal” e dei a minha “visão de mundo” sobre o assunto escolhido.

Porra, pra mim, seguindo esses critérios, ao terminar de escrevê-la bastava enviá-la para revistas e jornais ( como recomendou o wikipédia) para que a publicassem.

Mandei uma cópia da tal crônica pra uma porrada de revistas e jornais na tentativa desesperada de vê-la publicada ( não antes de pretensamente registrá-la [ o que me fez jogar uma grana preta fora] )

Revistas: Cult, Revista Buttman, Ana Maria, Revista da Avon, 4 Rodas, Exame, Você S.A, Abusada, Men’s Health, Isto É, VIP, Trip, Nova, Playboy, Revista Executivo Fiscal Ltda, Claudia, Superinteressante, Revista do Pescador, Nova Escola, Revista da Viação Itapemirim, Mente & Cérebro, Info, G Magazine, Gloss , Caros Amigos, Contigo , Mundo Estranho, Revista das Religiões...


Jornais: Jornal da UNE, Jornal dos Sports, Jornal Monarquistas do Brasil, Jornal do PC do B, O Dia, Jornal do Brasil, Meia-Hora, O Globo, O Povo, Estadão, Jornal do Aposentado, Folha de São Paulo...

Algumas revistas e jornais até me responderam, xingando, a maioria me ignorou, nenhum(a) publicou.

A crônica:

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O MIJO & O MACHO: MODUS VIVANT



O mijo e o macho & a vida e a morte

Do menininho com o short arriado pela mãe, pingulim na mão que faz pipi no meio da rua ( que gracinha! todos pensam) ao velho no asilo exalando o forte cheiro de urina ( que velho fedorento! todos pensam), o mijo faz parte da vida do macho. Do nascimento à morte. Do bebê que molha o rosto do padre no batismo ao senhor encharcado de urina pela dor do enfarto fulminante. O mijo é presente em todas as etapas das nossas trajetórias: quando criança morremos de vergonha quando fazemos na cama; moleques, fazemos o concurso de mijo à distância entre os amigos; adolescentes, mijamos na piscina com medo da tal substância que torna-a azul para o nosso constragimento ( não há comprovação científica nenhuma disso); jovens, escrevemos eufóricos e emaconhados nosso nome na areia da praia ( sempre! sempre acaba antes de conseguirmos escrever e última letra); adultos, fazemos bêbados em qualquer esquina; na meia-idade temos a tal tesão de mijo ( diz a fêmea sacaneando: aproveita! aproveita que tá duro!); velhos, temos a humilhante frada geriátrica. No leito de morte, hospitalizados, lá vem a enfermeira mal-humorada trocar a sonda que, vulneráveis, só nos resta abaixar a(s) cabeça(s).

Não há com indissociar o mijo do macho. Nos momentos mais felizes e mais tristes ele está presente. Nos momentos “felizes & tristes” também: comemorando eufórico o golaço do nosso time no maraca, vem logo o saco de mijo estourar na nossa cabeça.

Os momentos mais constrangedores? Tá lá o mijo marcando presença. Nos momentos de alívio também: Quem, acima dos trinta anos, barriga cheia de cerveja, dormindo, não sonhou que estava mijando gostoso e acordou todo molhado? Sensação de alívio...Como a de mijar no chuveiro antes da bronha. Quem nunca fez isso?

O mijo, o macho & a manifestação sexual

Sim! O mijo interpõe-se também no sexo.

E quando, depois da foda, pau meia-bomba apontando pra privada e vem o jato duplo de mijo; um na água outro no chão. Coisa de macho.

Mas, relativo a mijo & foda, temos que ficar atentos. Por que as mulheres, quando acordamos de pau durão querendo tirar uma, podem dizer “sai pra lá sso é tesão de mijo!” e nós ,no meio da foda aceitamos que elas interrompam “porque me deu uma vontadezinha de fazer xixi!”, quando, depois do clima cortado, voltam todas eufóricas do banheiro,e o tesão foi pro bebeléu, pau molão, e elas ainda nos chamam de “broxas” ? Basta! Façam seus “xixis” antes de abrir as pernas pra nós!

Toda fêmea deve respeitar o mijo do macho.

Nunca se sinta constragido quando for dormir na casa da sogra e de madrugada te der uma vontade de mijar. Com medinho de “fazer barulho do mijo batendo na água”. Um conhecido de disse que quando acontece isso ele dá descarga ao mesmo tempo em que está mijando pra abafar o barulho. Nada disso! Mije no meio da água, fazendo o máximo de barulho possível. Mostra que é macho. Não fique com vergonha. Deixe que a sua sogra fique constrangida ao ouvir a barulheira!

O mijo, o macho & o marchand

O mijo não é só vulgaridade! É alta arte também.!- diriam as fêmeas.


Se te disserem isso, é porque estão se referindo ao polêmico urinol que o artista plástico Marcel Duchamp, com o pseudônimo de R. Mutt, em 1917, enviou para o Salão da Associação de Artistas Independentes de de Nova York.

Porra(é só uma interjeição, isso já é assunto pra outra crônica )! Alta arte é o caralho! Tendo como fonte um emboiolado conceito chamado de “ready made”, na verdade , tratou-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri. Um urinol de louça, utilizado em sanitários masculinos, com um título sugestivo de “Fontaine” (Fonte). Entretanto, a despeito do “gesto iconoclasta” de Duchamp a “Fonte” sofreu há um tempo uma depredação no Centro Pompidou, em Paris por um cara com a bexiga apertada que, revoltado, o atacou com um martelo. Não antes de dar uma boa mijada dentro.

Coisa de macho!

Há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode, caso a fêmea queira insistir em rebaixar o mijo a frescas esferas intelectuais ensaie uma explicação psicanalítica ( outra frescuragem, mas proveitosa, no caso), dizendo que a fêmea tem - oriunda da tal "inveja do pênis" tem mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina.

Xeque mate!

O mijo, o macho & a macheza

Como eu estava falando, o mijo nasceu pro macho. O mijo é e liberdade completa do macho, não da fêmea. Estamos em plena vantagem: mijar onde quiser: no pneu de um carro, no meio da estrada ( é, sempre passa um filho da puta num carro e grita “ô mijão”), porta de banco, moita, beira da praia.

Macho não fica em fila de porta de banheiro químico. Mija entre uma cabine e e outra.

No nosso lazer o mijo tá lá, presente. Quem não segurou o mijo, bexiga doendo de cerveja, esperando os últimos minutos da partida decisiva do se time?

O mijo & o macho & a medicina

Até na medicina o mijo é terapia: a tal urinoterapia. Uma espécia de “terapia alternativa” ou “filosofia de vida” que busca “a harmonia do corpo, da mente e do espírito através da ingestão de urina.” A prática remonta aos primórdios da história dos países orientais tendo se difundido também em culturas dos países do ocidente. Sua prática, asseveram os adeptos, previne e cura diversas doenças, existindo relatos de cura do câncer. Dizem que cientificamente, a urina não é tóxica e se compõe de 90% de água e 10% de nutrientes não absorvidos pelo corpo e hormônios.

Macho não bebe mijo. Macho bebe pra mijar para as fêmeas que curtem essa “terapia alternativa” beba nosso mijo.



O mijo, o macho & o meretrício

No sexo pervertido, há o chamado “golden shower”. Mijar em cima da mulher. Fazer ela bebê-lo. Todos os machos deviam ter a experiência de poder mijar na cara de uma mulher. Tratá-la como prostituta. Mas, antes de experimentar com a sua fêmea, vá numa profissional que entenda do assunto. Seu casamento ia por água abaixo se tentasse de cara na cara da sua esposa.

O mijo, o macho & o matrimônio

Falemos, então, de casamenteo.


“Tu já tá mijando de porta aberta!” é a senha que o sogro dá quando percebe que estamos enrolando no noivado e não casamos. Mas, não há do que esquentar a cabeça. Sogro também é macho e com certeza passou pela mesma pressão que nós. Já “mijou de porta aberta”.

Hormônio de macho é testosterona expelido pelo mijo. No chão, marcando território. Coisa antiga na vida do macho. Herança darwiniana do nosso antigo Ardipithecus ramidus, atualmente considerado o ancestral mais antigo do homem, com 4,4 milhões de anos. Simbolicamente, ainda marcamos território pelo mijo. Mostramos para as nossas fêmeas quem é que manda. Impor respeito. Impor respeito através do mijo.

Sim! Gradualmente, devemos impor o respeito às fêmeas pelo mijo sem que ela perceba. Deve-se aumetar o grau de intimidade de um namoro a partir da mijada, em sete etapas.

Siga-as:

1ª etapa mijar de porta fechada, fora da água, dando descarga ao mesmo tempo pra que o barulho não seja ouvido, levantando a tampa da privada;
2ª etapa: mijar fazendo barulho alto, tipo cavalo inteiro;
3ª etapa: mijar fazendo barulho alto tipo cavalo inteiro e não dar descarga;
4ª etapa: mijar de porta aberta fazendo barulho tipo cavalo inteiro e não dar descarga;
5ª etapa: mijar na tampa da privada de porta aberta fazendo barulho tipo cavalo inteiro e não dar descarga;
6º etapa: mijar no chão de porta aberta fazendo barulho tipo cavalo inteiro,não dar descarga e ainda peidar enquanto está mijando;
7º chegar de madrugada doidão, mijar na pia do banheiro mesmo, ir pra cama e ao acordar ver que ela, ao escovar os dentes, deixou cair a escova na pia mijada do cavalo inteiro.

Os fracos, os pau-mandados são aqueles que submetem-se aos caprichos da fêmea e deixam que elas controlem seu poder mais precioso, o mijo. Como os que são obrigados enxugar a pontinha do pau com papel higiênico – valha-me Deus - e a fêmea confere o cheiro de sabonete nas mãos pra ver “ se está bem lavadinha!”




Pior do que isso são os já derrotados que se submetem à humilhação de obedecer a ordem da fêmea e são obrigados a mijar sentados. Mijar sentado? “Mijar sentado pra não respingar na tampa da privada!”. Conheço um cara que entregou os pontos e faz isso. Um absurdo! Quase uma boiolagem!

O mijo, o macho & o manja-rola





Falando em boiolagem, há também os dessa espécie, as bichas enrustidas que tentam se infiltrar na nossa relação com o mijo. O famoso manja-rola. È aquele cara com cara de senhor distinto que, sorrateiramente, enquanto estamos no mictório público. Posiciona-se ao nosso lado e, bigodinho e olhinho de manja-rola torto, fica soslaiando fixamente nosso aparelho mijador. Coisa mais desgraçada! Aquele barbudo, cheio de neura, enrustidão, risinho no canto da boca e olhando fixamente. Tem que partir pra ignorãncia logo! Só perguntando “qual é?” e ameaçando meter a porrada que essa praga se afasta e você mija sossegado.

Desgraça mesmo é quando tem aquela porra de banheiro público de rodoviárias,como o da Rodoviária Tietê em São Paulo e a da rodoviária Belo Horizonte. Você ameaça entrar no banheiro e eles vêm aos bandos. Saem do nada, como zunbis-manja-rolas e fazem aquele corredor ao seu lado no mictório. Todos manjando. Você concentrado, bexiga doendo, ereto ( o corpo lógico!), olhando pra frente e percebendo as dezenas de olhares manja-rolas. O mijo trava na hora. A dor de travar o mijo no meio. Filha da puta do manja rola! Se você é frequentador assíduo desses lugares, ao te verem, uns até comentam com os outros “Ah...essa rola já é manjada!”.

Mas como rodoviárias são feitas pro povão, ninguém se preocupa em solucionar esse problema. Nos shoppings,repare, já inventaram a muretinha anti-manja rola. Aquela muretinha que separa um urinol do outro. O manja-rola tenta, se entorta, mas não consegue obter êxito. Bendito o engenheiro ou arquiteto que, talvez padecendo do mesmo problema de ser vítima do manja-rola, projetou esse valioso dispositivo.



Tá certo, você não é muito de ir em shoppings. Macho de verdade não freqüenta esses ambientes. Só vai quando a fêmea decide ir fazer compras.“Bem hoje nós vamos ao shopping, né?”. Quase mijamos na calça quando ouvimos essa notícia pavorosa, quase molhando o nosso futuro zerado cartão de crédito. Mas, vá lá, esse é o território delas e levá-las de vez em quando - por mais enfadonho, custoso, e chato que possa ser - nos dá o álibi para irmos para o nosso território por excelência. O território onde os machos se encontram: O botequim da esquina, o lugar onde nos sentimos mais à vontade do que na nossa própria casa.


O mijo, o macho & os outros machos

Nossa 2ª casa. Me refiro ao boteco mesmo. Aquele em que não comparece mulher nenhuma, só macho bêbado, cachaceiro, vagabundo, pé-sujo. Não bares ou restaurantes onde mulheres frequentam. Outra coisa, o que deve interessar ao macho quando vai a esses lugares com as suas respectivas fêmeas, não é aquela tal pergunta : “Por que as mulheres vão ao banheiro sempre juntas”, mas “ como deve ser um banheiro feminino com aquele monte de fêmeas de perninhas abertas fazendo seu xixizinho gostoso?

(...)

Mas, voltando ao botequim-bitaca-pé-sujo, o antro dos machos, lá é que é o lugar da galhofa, da sacaneação, de mijar à vontade, banheirinho ao lado do balcão. Dentro do banheirinho do botequim, bêbados, mijamos de longe da privada que molha sempre o chão, pro desespero do dono.

Mas há os contratempos até para os frequentadores de botecos. Nunca, nunca se deve demorar mais do que cinquenta segundos pra dar uma mijada. Cinquanta segundos, o máximo! Mais do que isso já é desrespeito. Como quando há mais de um querendo ir ao banheiro mijar, do lado de fora, e um filho da puta demora pra caralho lá dentro. Deve ser daqueles que foram adestrados a mijar sentados e não perdem o hábito. Muvuca na porta, quase porradaria. Panças cheias de cerveja, bexigas idem. Empurra-empurra, abre-se a porta e lá vão três de uma vez mijar desesperados numa privada só. Como nesse ambiente o manja-rola é o ser mais odiado da face da terra, fazemos questão de não sermos confundidos com os tais. Instrumentos na mão e olhando pra cima, propositalmente pra não dar a entender que poderiamos estar olhando as manjubas alheias. Mijamos olhando pro teto e bêbados, nem percebemos que respingamos, os três ao mesmo tempo, mijo um na perna do outro. Saímos com a calça jeans mijada, mas com a certeza de que não fomos confundidos com o desgraçado do manja-rola. Tudo pela macheza. Não esquente a cabeça se você mijou a perna toda do cachaceiro do lado. Mande-o tomar no cu. Dê uma de Pôncio Pilatos, lave as mãos.

Ahh.! Falando nisso, me lembrei de uma coisa: nunca lave as mão na pia do banheiro de boteco. É uma questão lógica: se a rapaziada acaba de mijar vai lavar as mãos, é obvio que eles pegam na torneira da pia com mãom de mijo! Aquilo tá infectado de mijo de tudo quanto é macho. Saia sem lavar as mãos e, de preferência, sem encontá-las na maçaneta. Meta a sola do sapato na maçaneta, bruto, como num filme de cowboy.

Mais uma dica: antes de entrar num banheiro fedorento e imundo de botequim, treine, ainda no balcão, quanto tempo você aguenta com a respiração presa. Treine. Aguenta 50 segundos? ( se for fumante). Então esse será exatamente o tempo que você terá pra dar a sua mijada no fétido ambiente.

Resumindo a regra básica para a mijada em banheiro de boteco: 50 segundos, abrir o zíper, mijar, fechar o zíper,não dar descarga, sacudir de qualquer jeito, não lavar as mãos, pé na porta e já sai gritando: “mais uma gelada aê ô Zé!”.

E parte pro torresmo com a Bohêmia gelada. E dá-lhe deboches de bêbados de botequim sobre o mijo. Um recorrente é quando você vai mijar e o camarada no mictório ao lado seu dispara aliviado pela sensação da bexiga esvaziando:

- Ca-ra-lho! Mijar é a melhor coisa do mundo! Não é?

Responda de bate-pronto:

- Mermão, ou sou eu que não sei mijar ou é você que não sabe fuder...

Ou quando sai outro do banheiro, e você tasca-lhe a pergunta:

- Rapaz, ao mijar cê contou quantas bolinhas de naftalina tinham no mictório?

- Eu não! Por que?

- Não contou porque tava manjando a rola dos outros né?

É. Todo macho tem pavor de ser considerado manja-rola.

O mijo, o macho & os mililitros

Outro pavor é o de pegar engarrafamento, feriadão, família no carro, e bater aquela vontade de mijar. Estrada cheia de gente, crianças e fêmeas alheias nos outros carros, sem chance de dar uma saidinha pra mijar na beira da estrada. Tem solução. É só engarrafar o mijo. Compre, antes de sair, uma garrafinha de Guaraviton e esvazie-a. Bateu a vontade no trânsito parado? Desatarraxe a tampa e mije dentro. É perfeito! Cabe a quantidade certinha de mijo e o diâmetro é perfeito pra encaixar a pontinha sem molhar o estofado do carro. A não ser que você mije mais do que 275 ml de uma só vez ou que você seja o Kid Bengala.

Se não for no trânsito, vale mijar em qualquer greta que aparecer. Exceto no meio da multidão de show de rock. Certa vez aconteceu isso comigo. Show de heavy metal. Só metaleiro nervoso na multidão. Vontade de mijar, olhei pra trás, e aquele mar de gente entre mim e o banheiro, longe pra caralho. Apelei. Tentei, no desespero, mijar no buraquinho da latinha vazia e, bêbado, o mijo não acertava de jeito nenhum. Não acertava a porra do buraquinho da latinha de cerveja. Pegava na borda e resvalava o no braço do metaleiro marombado do meu lado. Só me lembro de acordar todo mijado e com o lho roxo no estacionamento do show.

Estacionamento de show é o melhor lugar pra se mijar. Entre no estacionamento e mije em qualquer lugar. Na primeira roda de pneu do carro importado que você inveja. Mas coisa linda é ver mulheres mijando em estacionamento. Fazem aquela rodinha pra protegem a amiga, mas você manja-xota profissional, dá um jeito de vê-la chegando a calcinha pro lado, o barulhinho fininho do esguicho, o gemidinho, as amigas tentando fazer paredinha, o buraquinho que fica na terra fofa, coisa fofa, fofa...

Pronto! O pau endurece e o mijo trava!

O mijo, o macho & a mulher-macho


Falando em trava, já viu coisa mais estranha do que traveco mijando em banheiro masculino. Esquisitão. De ver quase que também trava o mijo ( de paumolescência, diga-se de passagem.)

Mas como macho, admito, já travei o mijo vendo uma mulher mijar. Sim, eu dando o meu mijão sossegado num botequim, daqueles sem privada, só o mictório de alumínio, fedorento, quando pra minha surpresa, entrou uma negona sapatão, levantou a saia meteu um pé acima do mictório, o outro fincado no chão, acertou a calcinha ( ou cueca, sei lá!) e jorrou o mijão, estalando, tremendo o alumínio do pobre mictório envelhecido, olhando desafiadoramente pra minha cara enquanto eu mijava pingos humildes. Admiti! Pelo barulhão ela era mais macho do que eu. Intimidou. Recolhi-me à minha insignificância, aproveitei e saí de fininho.

O que deve interessar ao macho, não é aquela tal pergunta : “Por que as mulheres vão ao banheiro sempre juntas”, mas “ como deve ser um banheiro feminino com aquele monte de fêmeas de perninhas abertas fazendo seu xixizinho gostoso?

O mijo, o macho & o maricas

Bem...ia terminando e quase ia me esquecendo de contar uma das coisas mais estranhas sobre o mijo que aconteceu na minha vida. Com um indivíduo que era um misto de macho, criança, fêmea, e manja-rola. Refiro-me ao Jorgete.

Jorgete foi um(a) companheiro(a) de trabalho quando eu exercia, há vinte anos, a função de office-boy num escritório de contabilidade. Jorgete era contabilista chefe no escritório. Ele(a) era era uma espécie de transexual ultra-excêntrico.Pessoa estranhíssima: mantinha a idumentária sóbria que a profissão pedia: camisa social, blaser cinza, sapatos de mocassim e jeans, barba cerrada, gogó, bigodinho fininho... Mas, escondidos sob aquela sisudez pseudo-macho-contabilística, estavam lá, sem poder esconder totalmente, os peitinhos siliconados e a cintura de pilão. Mas até aí, por mais incrivel que possa parecer, tudo bem. Havia, de verdade, algo que intrigava todos do escritório. Como ninguém tinha coragem de perguntar, houve um maldito sorteio pelo palitinho. Adivinhem quem foi o infeliz que teve que ir fazer a bizarra pergunta pro Jorgete? O próprio que vos escreve.

Pé ante pé, dirigi-me à sua sala e mandei na lata do chefe-traveco da repartição:

- Jorgete. A parada é a seguinte: a rapaziada daqui do escritório sempre ficou bolada com essa parada de você se vestir de macho e coisa e tal e ser fêmea ao mesmo tempo. Mas a pergunta é a seguinte: mesmo se vestindo de mecho e tal, como é que você consegue fazer com que a sua calça jeans fique com essa testa de morde-pano, tipo de mulher, sem volume nenhum. Porra, cê arrancou os bago cara? É operado?

-Atrevidinho você einh?

- Ahh..Porra, me fudi lá no palitinho e tive que vir aqui perguntar essa merda senão a rapaziada ia me fuder. Os caras iam me botar pra fazer entrega e cobrança só em lugar longe e iam me tacar em fila de banco. Tive que vir.

-Não sou operada não.

-Como assim? Mas e os bago?

- Uso um truquezinho.

-Tipo mágico? Esconde cobra?

-Ahn?

Jorgete, o chefão, não gostou muito da brincadeira.

- Mais ou menos isso.

- Como assim mais ou menos?

- Emplastro sabiá.

-Como assim? Essa merda não é aquele band-aid gigante, ultra adesivo, que a minha vó bota no bico-de-papagaio dela?

- É. Só que eu coloco em outro lugar.

- Como assim?

- Quer saber? Todo mundo do escritório quer saber mesmo? Então vai lá contar para aquela vcambada de curiosos.

- Contar o que?

- Pego o meu pênis e a bolsa escrotal, empurro por entre as pernas e prendo pra trás colando com o emplastro-sabia. Daí eu ficar sem volume nenhum.

Me deu uma uma agonia pensar naquilo.

-Mas não dói não? O saco e o pau ficarem espremidos entre as pernas.

-Dói a bexiga, mas vale a pena. Me torna a fêmea que realmente sou.

- Porra e pra mijar cara? Tem que colar e descolar essa merda o toda vez que você vai tirar a água do joelho?

- Não.

-Não como assim?

- Tô adorando você ficar repetindo esse “Como assim..., “”Como assim...”

-Como assim?

-Ah..Deixa pra lá, você fingiu que não entendeu o trocadilho...

- Tá, mas o mijo?

-Eu não faço xixi.

- Não mija?

- Não?

- Fica o dia inteiro sem mijar?

- Sim! Não bebo água nem líquidos durante o dia. Quando dá vontade, seguro o dia inteiro.Só vou ao banheiro à noite, tiro a calcinha e o emplastro e faço xixi antes do banho.

-Não mija o dia inteiro?

-Não!

Essa foi a última gota! Um sacudo que não mija!

Dica final: quando for mijar não precisa sacudir antes de guardar. A última gota vai ser sempre da cueca.

Portanto, amigos, vou-me já e volto já!

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2 comentários:

Underson disse...

Querido amigo, esta noite, minha esposa e eu fizemos um programa especial: compramos umas cervejas e depois de tomá-las, fiz para ela a leitura em voz alta de sua crônica (ela adora que eu leia para ela). Resultado: mijamos de tanto rir!
Há algo errado com essas revistas e jornais, não reconhecem o que agrada aos leitores. Por isso que estão falindo. Vida longa à internet.

ps. Aguardamos ansiosos o próximo post. Nosso pŕoximo programa será regado a vinho. Capriche!!!

Gilson disse...

Texto.muito bem escrito. A onze anos atrás. Um universo nas nossas lembranças. Cachaceiros. Mentiroso e felizes com a nossa vida. Faltou o futebol nesse texto motivo pelo qual os machos se reúnem nos botecos aos domingos vendo a TV do bar e ........... continua dai....